26/04/24
O programa "Cidade Segura", iniciativa da Prefeitura de Goiânia em parceria com empresas de comunicação, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) e a Equatorial Goiás, lançado em agosto de 2023, visava remover os fios em desuso da capital para mitigar riscos à população e melhorar a estética urbana. No entanto, a demora na execução do programa, especialmente durante o período de chuvas, preocupa especialistas e moradores devido aos perigos que os fios em desuso representam.
O professor titular da Escola de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Goiás (UFG), Leonardo Guerra de Rezende Guedes, revelou ao Diário de Goiás a complexidade do problema, ressaltando que a responsabilidade pelos fios não é exclusivamente da Prefeitura. Segundo ele, a falta de uma legislação clara que regulamente o uso dos postes por parte das empresas de telefonia agrava a situação. "As concessionárias de energia, proprietárias dos postes, têm autonomia para determinar as operações. Não existe uma legislação que estabeleça como deve ser feita a instalação dos fios", explica o professor.
O problema, segundo Leonardo, foi se agravando ao longo dos anos, sendo repassado entre diferentes concessionárias de energia. A ausência de uma preocupação inicial com a quantidade e a segurança dos fios contribuiu para a situação atual. "As empresas herdaram contratos antigos, de uma época em que a quantidade de fiação era menor e menos perigosa", destaca.
Os riscos associados aos fios em desuso são variados, desde ferimentos causados pelo contato dos fios com pessoas e veículos até a possibilidade de choques elétricos. A maioria desses fios, explica o especialista, são provenientes de serviços de telecomunicações, como internet e telefonia, e estão obsoletos devido à evolução tecnológica, que prioriza redes mais eficientes, como a fibra óptica.
Embora a Prefeitura tenha anunciado a retirada de mais de 73 toneladas de fios em desuso desde o início do programa, o ritmo de progresso tem sido lento, especialmente durante o período chuvoso. Atualmente, a segunda etapa do programa está em andamento no Setor Central, com previsão de expansão para outros bairros. A administração pública ressalta que o trabalho é realizado com cuidado e segurança, porém ainda não há um calendário definido para as próximas intervenções.
