17/05/24
A tentativa do ex-governador de Goiás e atual presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, de federar o PSDB com o Solidariedade enfrenta grandes obstáculos e pode não se concretizar, segundo análise do jornal Opção. Na última semana, Perillo e o presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força, se reuniram em um restaurante no Lago Sul, em Brasília, para discutir a possível aliança, que também envolveria o partido Cidadania, já federado com o PSDB.
Perillo mostrou-se otimista com a perspectiva da união entre os partidos, afirmando: “Nós já estamos decididos”. No entanto, Aécio Neves, um dos líderes influentes do PSDB, admitiu os desafios enfrentados pela legenda. “Eu sei o tamanho do estrago que foi feito no PSDB nesse passado recente, sobretudo em 2022 quando a própria direção do partido nos impediu de ter uma candidatura presidencial, para atender outros interesses. Eu sei o dano que isso causou a nós, mas o PSDB continua sendo uma alternativa de poder”, disse ao jornal Folha de S. Paulo.
Apesar do entusiasmo de Perillo, a concretização dessa federação antes das eleições municipais parece improvável. Presidente do Solidariedade em Goiás, Denes Pereira, e aliado do prefeito Rogério Cruz, afirmou que a proposta de aliança não deve se materializar a tempo das eleições de 2024. “Chance zero de ficar pronta antes da eleição. Não tem nem tempo hábil. Teve a reunião, como teve de outras federações. É muito embrionário, foi uma reunião apenas, tem que falar estado por estado. Para fechar uma federação, vai ter que ter mais cem reuniões, então não consegue fechar [para 2024]. Para eleição municipal, impacto zero”, destacou.
Se concretizada, a federação entre PSDB, Cidadania e Solidariedade resultaria em um bloco com 23 deputados na Câmara Federal, fortalecendo a oposição ao presidente Lula da Silva. No entanto, a complexidade das negociações e a reorganização de acordos e alianças tornam o processo extremamente desafiador, repetindo o insucesso da tentativa de federação entre PP, Republicanos e União Brasil.
No início do ano, o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, expressou otimismo sobre a formação de uma federação entre seu partido, o União Brasil e o Republicanos. “São 3 partidos que têm uma identidade. São partidos de centro, que têm perfil mais conservador. Tem muita possibilidade de fazer essa federação, não é uma coisa tão a curto prazo, porque mexe nos comandos dos Estados. Mas seria muito positivo, se tornaria o maior bloco político da história do país”, disse em entrevista ao Poder360. No entanto, divergências regionais e a complexidade das negociações acabaram por inviabilizar a federação.
A realidade das conversas políticas em Brasília e nos diretórios municipais é que todos estão focados nas eleições de 2024, com pouca margem para discutir federações. Muitos projetos pessoais e estratégicos estão em jogo, tornando as federações um plano secundário. Assim, a tentativa de Marconi Perillo de federar o PSDB com o Solidariedade e o Cidadania pode permanecer no limbo, postergada até um momento mais oportuno, possivelmente na pré-campanha presidencial de 2026.
