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Em post, Cachoeira revela como usou vídeo de filha contra Jorcelino Braga em 2010 para ajudar Marconi

12/06/24

Carlos Cachoeira, em uma publicação no Instagram, compartilhou detalhes de uma estratégia que ajudou na candidatura de Marconi Perillo (PSDB) nas eleições de 2010 para o Governo de Goiás. Segundo Cachoeira, um vídeo comprometedor da filha de Jorcelino Braga foi a chave para desestabilizar o principal adversário político de Perillo.

"No primeiro semestre de 2010, Marconi Perillo tinha uma única preocupação: o risco de ser preso. Enfrentando a oposição de antigos aliados que se tornaram adversários, Perillo tinha Alcides Rodrigues à frente da gestão e fronte principal de dor de cabeça. O senador e ex-governador temia que um escândalo manchasse sua reputação a ponto de inviabilizar seu retorno ao Palácio das Esmeraldas," relatou Cachoeira.

Durante uma reunião na casa de Edivaldo Cardoso, Perillo expressou seu medo de um possível escândalo. "Levantou-se da roda de conversa que mantínhamos e, olhando para o céu, disse como que para si mesmo: 'Não é possível que vão fazer isso comigo'", descreveu Cachoeira. Naquele momento, Jorcelino Braga, então braço direito de Alcides Rodrigues e à frente da Fazenda, emergia como o principal candidato na disputa eleitoral.

A reviravolta aconteceu com a chegada inesperada de um vídeo em mãos de Cachoeira. "Num passe de mágica, surgiu para mim uma fita de uma mulher negociando propina, pedindo dinheiro para uma entidade ligada à assistência em Saúde de pessoas carentes. O vídeo foi gravado pela então presidente da entidade Associação Renascer da Fé (Renafé). No vídeo, recebendo quase cinco mil reais, estava a filha do pré-candidato de Alcides," detalhou Cachoeira.

Segundo Cachoeira, a mulher no vídeo exigia 10% sobre os repasses do Governo de Goiás, utilizando o nome do pai para legitimar a extorsão. Esse material, uma vez divulgado, rapidamente chegou ao Ministério Público, transformando-se em um escândalo nacional.

Uma lei estadual de 16 de dezembro de 2008, assinada por Alcides Rodrigues e Jorcelino Braga, havia autorizado a doação de R$ 17,6 milhões do Estado a 22 entidades assistenciais, incluindo a Renafé, que recebeu R$ 248,2 mil. Em um dos vídeos, Aniela, a filha de Braga, cobra R$ 24,8 mil de comissão referente ao convênio.

A divulgação do vídeo e seus detalhes, conforme explicou Cachoeira, foram suficientes para inviabilizar a candidatura de Braga. "Com a divulgação do material e os detalhes, que logo chegaram ao Ministério Público, o caso virou um escândalo nacional e teve como primeiro impacto, justamente o necessário para recolocar Marconi no jogo: Braga foi inviabilizado como opção para as urnas daquele ano," concluiu Cachoeira.


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