14/06/24
Os trabalhadores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Goiânia decidiram entrar em greve a partir da próxima terça-feira, 18. A decisão foi tomada em resposta à proposta de privatização do serviço e à falta de chamamento dos aprovados em concurso público para suprir um déficit de 70 profissionais.
Os profissionais planejam se mobilizar em frente ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) para reivindicar suas demandas. A Associação dos Servidores do Samu, o Sindicato dos Enfermeiros de Goiás (Sieg) e o Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) formalizaram à Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia sobre a decisão de iniciar a greve.
Segundo a presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Único de Saúde de Goiás (SindSaúde), Néia Vieira, a greve é uma resposta à redução de 70% na capacidade de atendimento do Samu imposta pela Prefeitura de Goiânia. “Hoje o déficit do Samu é de cerca de 70 técnicos para rodar com um atendimento minimamente decente para a população. Falta a renovação dos contratos de credenciamento que venceram em dezembro do ano passado e o chamamento dos aprovados no concurso”, afirmou ao jornal Opção.
Néia Vieira destacou que uma auditoria do Ministério da Saúde revelou que a Prefeitura de Goiânia recebeu recursos do Governo Federal para a manutenção das ambulâncias, mas não os utilizou adequadamente. “O Samu é financiado pela União, pelo Estado e pelo Município. Mas a União parou de repassar os recursos por causa de todas as irregularidades encontradas no órgão. Recursos que deveriam ser utilizados para a manutenção das ambulâncias foram desviados e isso desabilitou a prefeitura”, explicou.
Em meio à crise do Samu, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia decidiu terceirizar a frota e o serviço de telemedicina da unidade em um processo emergencial de 180 dias. No entanto, o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) suspendeu o procedimento administrativo instaurado pela Secretaria para essa contratação emergencial. “A Prefeitura abre margem para a contratação de uma empresa de fora, em um processo licitatório sem clareza e sem apontar para as soluções dos problemas que o Samu enfrenta hoje. Falta pessoal para trabalhar, falta a garantia que esses profissionais sejam qualificados e falta a melhoria na qualidade das ambulâncias”, criticou Néia Vieira.
Em nota, o SindSaúde celebrou a decisão do TCM que suspendeu o procedimento administrativo para a contratação emergencial de uma empresa especializada para o Samu. “O posicionamento do TCM-GO emitido na tarde de quarta-feira veio reforçar os diversos alertas feitos pelo Sindsaúde e pelos trabalhadores do Samu sobre a movimentação realizada pela prefeitura de Goiânia para a definitiva privatização dos serviços”, declarou a entidade.