16/07/24
O Ministério Público Eleitoral (MPE) de Goiás solicitou que a vereadora Aava Santiago (PSDB) devolvesse R$ 873 mil ao Tesouro Nacional devido a irregularidades identificadas em sua campanha para deputada federal em 2022. A notícia, amplamente repercutida em diversos sites, aponta que além das irregularidades, houve descumprimento dos prazos de entrega de relatórios financeiros.
Entre as falhas destacadas pelo MPE, estão o uso indevido de recursos do fundo partidário para despesas não autorizadas. O órgão identificou a compra de 104 latas de cerveja e 50 litros de chopp, supostamente utilizados em um evento de arrecadação de fundos para a campanha. "As bebidas foram usadas em um evento de arrecadação de fundos para a campanha", justificou a vereadora.
Em nota, Aava Santiago afirmou que as “supostas irregularidades” nas despesas foram resolvidas, mencionando um parecer da Assessoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias emitido em 12 de junho de 2024. "À época, nós tivemos a iniciativa de consultar o TRE-GO (Tribunal Regional Eleitoral de Goiás) acerca da legalidade de fazer um evento de arrecadação de fundos eleitorais em que os chopps adquiridos mediante doação eleitoral de pessoa física e não de fundo eleitoral foram vendidos, além de outros itens como camisetas com frases ligadas às bandeiras defendidas, a fim de levantar recursos", explicou a vereadora.
O MPE também destacou a omissão de gastos eleitorais, incluindo o não cumprimento da entrega de relatórios financeiros e a inconsistência nas despesas relatadas. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), os valores não declarados estão em torno de R$ 90 mil, sendo a maior parte relacionada a gastos com a rede social Facebook, uma irregularidade classificada como "parcialmente sanada".
As doações recebidas por Aava Santiago também levantaram suspeitas, com o TRE apontando transações feitas antes da entrega da prestação de contas e doações substanciais de funcionários de seu gabinete, algumas ultrapassando R$ 40 mil.
Em resposta às acusações, Aava Santiago afirmou, em nota enviada ao jornal Opção, que o material divulgado é orquestrado e que tais situações são comuns após embates que "coloquem em cheque o interesse de grupos dominantes". A vereadora assegurou que está colaborando com a Justiça Eleitoral para esclarecer todas as questões levantadas, destacando que sua prestação de contas "é a mais completa e rica em detalhes". Santiago também observou que o caso é público desde 2023 e que todas as providências jurídicas já foram tomadas, reiterando que o assunto volta à mídia sempre após conflitos com o Paço Municipal.