28/07/24
A convenção que oficializou José Luiz Datena como candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo na manhã deste sábado, 27, foi marcada por confusão na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Um grupo autodenominado “militância tucana” tentou invadir o auditório, protestando contra a falta de discussão interna na definição do candidato do partido.
Militantes contrários à candidatura de Datena, liderados pelo ex-presidente do diretório municipal do PSDB, Fernando Alfredo, compareceram à Alesp para manifestar seu descontentamento com o presidente da sigla, o ex-governador de Goiás Marconi Perillo, e com Datena. Utilizando apitos e cornetas, os manifestantes clamavam por “democracia” e apelidaram o apresentador de “arregão”.
Ao chegar à convenção, Datena criticou o movimento liderado por Fernando Alfredo. “Isso não é democracia. Nós não temos medo de combater essa gente. Por isso queremos chegar à prefeitura de SP”, afirmou o apresentador, antes de iniciar o evento.
Datena acusou os manifestantes de serem financiados por adversários políticos. “Está ali fora gente financiada por canalhas que são contra a democracia”, disse, referindo-se ao grupo opositor. Ele também criticou a polarização política no país, atacando diretamente seus adversários Guilherme Boulos (PSol), apoiado pelo presidente Lula, e Ricardo Nunes (MDB), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“De onde veio o dinheiro para financiar toda essa gente do lado de fora? Quem tem esse dinheiro para carro de som?”, questionou Datena, relacionando Nunes à manifestação dos “camisas pretas” do lado de fora. O apresentador ainda ironizou Nunes, afirmando que ele “ficou com medo e borrou a fralda” ao tentar se distanciar do bolsonarismo, mas acabando por aceitar a indicação de Bolsonaro para sua vice.
Na última sexta-feira, 26, Fernando Alfredo entrou na Justiça contra a candidatura de Datena, após o nome do apresentador ser aprovado por unanimidade pelo colegiado nacional da federação PSDB-Cidadania. Alfredo, que era próximo do ex-prefeito Bruno Covas, afirma que deseja debater com Datena e ser o candidato do partido. Ele solicita a realização de prévias e considera a ação uma “cortina de fumaça” que vai contra a Lei Eleitoral.
A aprovação de Datena seguiu o estatuto da federação PSDB-Cidadania, que estabelece que em cidades com mais de 200 mil eleitores, como São Paulo, a aprovação de candidatos e coligações deve ser submetida ao colegiado nacional. São Paulo possui 9,3 milhões de eleitores.
