09/08/24
Na corrida pela Prefeitura de Aparecida de Goiânia, o candidato Professor Alcides (PL) tem recorrido a estratégias que colocam em xeque a liberdade de expressão e a transparência no processo eleitoral. Determinado a evitar uma terceira derrota consecutiva, Alcides, que conta com o apoio do PL e do PSDB, tem adotado posturas autoritárias, começando pela tentativa de censura de uma entrevista do adversário Leandro Vilela (MDB), candidato da Coligação Pra Aparecida Seguir Avançando.
Leandro Vilela, deputado federal por três mandatos, sugeriu em entrevista ao radialista Thiago Mendes que os eleitores pesquisassem como Professor Alcides votou em relação ao regime de urgência do projeto de lei que transforma a pedofilia em crime hediondo. A verdade exposta por Vilela é clara: Alcides votou contra o regime de urgência e chegou a chamar as deputadas que defendiam a proposta de “loucas”. As declarações estão registradas pela TV Câmara e nos anais da Casa Legislativa.
Mas a tentativa de sufocar a liberdade de expressão não parou por aí. Alcides buscou na Justiça Eleitoral proibir que empresários e trabalhadores recebam Leandro Vilela em seus estabelecimentos, numa medida que parece visar silenciar qualquer apoio ao adversário. A censura se estende também aos templos religiosos, onde o candidato tenta determinar o que pode ou não ser discutido.
Mesmo antes de uma possível eleição, Professor Alcides, que faz parte do partido que prega a "liberdade", demonstra uma tendência preocupante ao autoritarismo. Além de pedir a censura de veículos de comunicação, Alcides também evitou qualquer contato com a imprensa desde que Leandro Vilela foi anunciado como candidato da base aliada ao governo estadual. O apoio do ex-prefeito Gustavo Mendanha a Vilela parece ter sido um golpe duro para Alcides, que desde então se recusa a participar de entrevistas ou debates.
A postura de Alcides ficou evidente quando a Rádio Difusora e a Associação Comercial e Industrial de Aparecida (Aciag) anunciaram o cancelamento de um debate previsto para o dia 13 de agosto. O motivo: Professor Alcides não confirmou presença.
Além de tentar silenciar a mídia e evitar o confronto de ideias, Professor Alcides já demonstra controlar a caneta da administração municipal. Sob a gestão do atual prefeito Vilmar Mariano, ex-aliados que não apoiam Alcides estão sendo exonerados. Essa prática tem gerado comparações com líderes autoritários, como Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, que persegue opositores e antigos aliados. Em uma reunião com secretários de Vilmar Mariano, Alcides criticou duramente os ex-prefeitos Maguito Vilela e Gustavo Mendanha, afirmando que, se eleito, "Aparecida vai esquecer Maguito e Gustavo".
A conduta de Professor Alcides levanta sérias dúvidas sobre como seria uma eventual administração sua. Ao censurar veículos de comunicação, evitar debates e perseguir servidores públicos, ele já demonstra traços de uma gestão autoritária e sem transparência. Essa falta de transparência não é novidade para Alcides, que foi exposto em uma reportagem do "Fantástico", da TV Globo, pela chamada “farra de combustível” na Câmara dos Deputados.
Diante de tais atos, a questão que fica é: como esperar transparência e respeito à liberdade de expressão de alguém que já demonstrou, repetidamente, o contrário? Até hoje, por exemplo, Professor Alcides não explicou como conseguiu transformar uma escola pública em uma instituição privada de ensino superior.
