20/08/24
Os membros da comissão de ética do Partido Progressista (PP) se reunirão nesta terça-feira, 20, para deliberar sobre a possível expulsão do ex-vereador e candidato a vice-prefeito de Goiânia, Paulo Daher. A reunião, marcada para as 17h, acontece em meio a um clima de tensão dentro do partido, com fortes indicações de que o diretório estadual pode optar por afastar Daher da legenda. Se confirmada, a expulsão pode comprometer a elegibilidade de Daher para as eleições municipais deste ano.
De acordo com informações obtidas com exclusividade pelo jornal Opção, a decisão da comissão de ética foi motivada por acusações de que Daher teria desrespeitado a orientação partidária ao declarar apoio a Vanderlan Cardoso (PSD) para a Prefeitura de Goiânia, em vez de apoiar Sandro Mabel (UB), candidato oficialmente endossado pelo partido. Além disso, Daher teria promovido sua própria candidatura a vice-prefeito ao lado de Vanderlan, sem o consentimento da direção do PP.
O prazo para Paulo Daher apresentar sua defesa encerrou-se na segunda-feira, 19, e o partido agora avalia os argumentos apresentados pelo candidato. Em sua defesa, Daher negou ter agido contra as diretrizes do partido, afirmando que "não houve aprovação para seguir com Sandro Mabel" e que a decisão de manter a ata da convenção aberta foi aprovada por aclamação. “Tem até o vídeo”, destacou.
Daher também citou a manifestação do Ministério Público, que se baseou em uma liminar para mantê-lo na direção municipal do partido e assegurar a continuidade do PP na coligação de Vanderlan Cardoso. Ele afirmou que foi “rechaçado do partido de forma arbitrária” e, caso seja expulso, o PP ficará sem vice na chapa para a Prefeitura. Apesar disso, Daher declarou que continuará sua campanha: “Não muda nada. Serei candidato sem partido”.
No entanto, especialistas em Direito Eleitoral consultados pela reportagem discordam dessa interpretação. Segundo um advogado eleitoral, "sendo suspenso ou expulso do partido, ele perde a condição de elegibilidade e assim não pode ser candidato", destacando que a palavra final caberá à Justiça Eleitoral.