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Jornal diz que Wilder não manda em nada no PL em Goiás

25/08/24

Uma análise publicada pelo jornal Opção levanta uma questão pertinente sobre a liderança do Partido Liberal (PL) em Goiás: quem realmente manda no partido no estado? Embora Wilder Morais seja oficialmente o presidente estadual do PL em Goiás, ele não é o principal interlocutor de Jair Bolsonaro na região. Atualmente, quem exerce maior influência junto ao ex-presidente são o deputado federal Gustavo Gayer e o ex-deputado federal Major Vitor Hugo, ambos com fortes laços militares e históricos de amizade com Bolsonaro.

Enquanto Wilder Morais é respeitado por Bolsonaro, especialmente por sua capacidade financeira — colocando à disposição aviões, helicópteros, além de garantir uma generosa hospitalidade —, Bolsonaro prefere discutir questões políticas com Gayer e Major Vitor Hugo. A escolha de interlocutores mais próximos parece refletir uma preferência por lideranças que estão mais alinhadas ideologicamente e que têm uma participação mais ativa na defesa de Bolsonaro, como Gustavo Gayer, que é conhecido por sua atuação no Congresso.

Em Goiânia, a maior cidade de Goiás em termos de eleitores, quem tem o controle do PL é Gustavo Gayer. Ele foi responsável por definir Fred Rodrigues como candidato à prefeitura, sem consultar Wilder Morais. Nos bastidores, membros do partido em Goiás frequentemente se referem a Wilder como "aquele riquinho emergente que adora ostentar", apontando uma certa resistência à sua liderança. Gayer é visto como um defensor consistente de Bolsonaro, enquanto Wilder Morais tem uma postura mais moderada, inclusive sendo mais conciliador com o governo do presidente Lula.

Já em Anápolis, a terceira cidade mais populosa de Goiás, a candidatura de Márcio Corrêa pelo PL foi uma iniciativa liderada por Major Vitor Hugo, com a bênção de Bolsonaro. Embora Wilder tenha participado do processo, sua influência não foi decisiva. Este cenário confirma que a liderança de Wilder no partido é contestada e limitada a algumas localidades.

Em Aparecida de Goiânia, Wilder Morais finalmente exerce alguma influência com a candidatura do Professor Alcides Rodrigues, especialmente no que tange ao financiamento da campanha e alianças estratégicas. Nesse contexto, o apoio de aliados locais, como Nenzão dos Dólares, fortalece sua posição. No entanto, em outras cidades menores, onde a influência de Gayer e Major Vitor Hugo é reduzida, Wilder é visto como a principal liderança.

Internamente, a postura de Wilder de se concentrar em uma possível candidatura ao governo de Goiás em 2026 é vista com ceticismo por outros membros do PL. Um deputado do partido comentou que Wilder está mais preocupado com suas ambições pessoais do que com os interesses coletivos do partido. A possível aliança entre o PL, União Brasil, e MDB, defendida por Bolsonaro, pode complicar ainda mais o cenário para Wilder. A formação de uma chapa majoritária com Daniel Vilela (MDB) como candidato ao governo, Gustavo Mendanha (União Brasil) como vice, e Gracinha Caiado (União Brasil) ao lado de Gustavo Gayer ou Major Vitor Hugo para o Senado, parece estar ganhando força como uma estratégia de união da centro-direita.

Diante dessa possibilidade, a pergunta que permanece é: qual será o destino de Wilder Morais? Um aliado próximo de Bolsonaro afirmou que se a aliança com o grupo de Ronaldo Caiado e Daniel Vilela se consolidar, Wilder pode acabar deixando o PL. "Wilder, nós bolsonaristas sabemos, joga o jogo dele, não o do PL e de Bolsonaro", destacou. Há ainda rumores de que Wilder estaria planejando comprar um portal de notícias, o que indicaria uma estratégia independente, possivelmente fora do partido.

Se Wilder decidir sair do PL, especula-se que ele possa se aliar a Marconi Perillo, do PSDB, e concorrer ao governo de Goiás pelo novo partido. A parceria com Perillo poderia oferecer a Wilder um caminho alternativo, mas também representaria uma ruptura definitiva com o bolsonarismo em Goiás. Essa movimentação política pode redefinir as alianças e estratégias eleitorais no estado, influenciando diretamente as eleições de 2026.


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