10/09/24
A Prefeitura de Goiânia está colocando em risco o atendimento a pacientes com câncer ao manter uma dívida de mais de R$ 30 milhões com o Hospital Araújo Jorge. A unidade, que realiza 70% dos atendimentos oncológicos no Estado, enfrenta um déficit mensal de R$ 4 milhões e depende de contratos com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para cerca de 90% de sua receita.
Com o aumento da demanda por tratamentos como cirurgias, quimioterapias e radioterapias, a crise financeira se agrava, ameaçando diretamente a continuidade dos serviços. "A qualidade do atendimento está comprometida. Precisamos regularizar os repasses urgentemente para que os pacientes não fiquem desassistidos", alertou Alexandre Meneghini, presidente da Associação de Combate ao Câncer de Goiás (ACCG).
Meneghini criticou a postura da SMS, afirmando que há uma "enrolação" no pagamento das dívidas. "Prometeram que até o dia 10 colocariam os repasses em dia, mas além disso, ainda existem as dívidas de emendas que somam mais de R$ 20 milhões e que continuam sem pagamento", disse.
Segundo o presidente, o hospital foi alvo de manobras administrativas que ele considera traiçoeiras. "O secretário publicou uma portaria para realizar os pagamentos, mas depois suspenderam. Renegociaram novamente e até agora, nada foi pago", desabafou.
A Secretaria Municipal de Saúde foi procurada, mas não se manifestou até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para esclarecimentos.
