21/09/24
O Partido Liberal (PL), ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, lançou uma ofensiva nas redes sociais pedindo que eleitores não votem em candidatos do PSD, como Vanderlan Cardoso, que disputa a Prefeitura de Goiânia. O movimento ocorre após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não ter colocado em pauta o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em vídeos divulgados nas redes sociais, o deputado federal goiano Gustavo Gayer (PL) fez críticas ao PSD, afirmando que o partido “apoia a ditadura”. Ele destacou que “não podemos perder o foco do impeachment de Alexandre de Moraes. Estamos em uma guerra contra a ditadura, para termos a liberdade de nossos filhos. O Brasil está virando uma ditadura por causa do PSD”, disse.
A mobilização do PL contra o PSD tem como objetivo nacional influenciar as eleições municipais. “Eu peço sua ajuda para não eleger vereadores e prefeitos do PSD. Se o número começar com 55, não vote no principal partido que hoje apoia a ditadura”, continuou Gayer.
A insatisfação do PL com o PSD está enraizada em episódios que remontam às eleições de 2022. Na ocasião, Alexandre de Moraes, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), endureceu o combate à desinformação, o que foi visto por muitos no PL como uma perseguição ao partido e a Bolsonaro. O ex-presidente e seus aliados questionaram a legitimidade do resultado eleitoral, acusando o processo de fraudes, mas Moraes foi firme na defesa do sistema eleitoral e das instituições democráticas.
Além disso, o PL tem se posicionado contra Moraes por suas ações após os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Moraes foi implacável em pedir investigações, prisões e condenações dos envolvidos, atingindo inclusive políticos ligados ao PL.
Nos últimos dias, o deputado Gayer afirmou que a mobilização contra o PSD já está gerando “dissidências” no partido. “Muitos candidatos já estão se posicionando abertamente contra Alexandre de Moraes e pedindo para que a cúpula do partido se posicione também”, declarou.
Outro político do PL que aderiu à campanha foi o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que reforçou a crítica ao PSD em uma entrevista. “O PSD é a maioria no Senado, ou seja, a maioria dos senadores indecisos sobre o impeachment de Moraes e sobre defender a democracia está no PSD, que coincidentemente é o partido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco”, afirmou Ferreira.