22/09/24
O ex-governador de Goiás e atual presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, vem enfrentando uma série de problemas que o colocam em uma posição delicada tanto dentro quanto fora de seu estado, conforme análise recente publicada pelo jornal Opção. O texto, intitulado "As dores de cabeça de Marconi dentro e fora de Goiás", evidencia a fragilidade do político em lidar com os desafios da legenda tucana, especialmente em São Paulo e Goiânia.
Desde que assumiu a presidência do PSDB nacional em novembro do ano passado, Perillo tem lidado com uma série de crises. Em São Paulo, o maior reduto eleitoral do país, o partido está dividido em torno da candidatura do apresentador de televisão José Luiz Datena e a situação ficou mais tensa após um incidente envolvendo uma "cadeirada" durante um debate. A polêmica candidatura de Datena vem sofrendo resistência desde o início, com uma parte dos militantes tucanos se opondo fortemente à sua indicação.
Segundo o jornal Opção, Perillo enfrentou diretamente uma dessas oposições, liderada pelo ex-presidente do PSDB da capital paulista, Fernando Alfredo, conhecido como "Fernandão", que apoiava o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes. Fernandão acabou sendo expulso do partido, após, segundo o PSDB, violar normas estatutárias. Mesmo assim, a legenda permanece dividida entre apoiadores de Nunes e de Datena, criando uma atmosfera de incerteza para o futuro da candidatura.
Apesar dessas dificuldades, analistas políticos, como Pedro Venceslau, colunista da CNN, afirmam que Perillo pode optar por não direcionar o apoio do PSDB a nenhum candidato caso Datena não chegue ao segundo turno. Essa estratégia evitaria um desgaste maior para o partido, já enfraquecido pelas disputas internas.
Enquanto lida com os desafios em São Paulo, a situação em Goiânia também traz preocupações. A candidatura de Matheus Ribeiro, nome jovem e promissor do PSDB para a Prefeitura de Goiânia, não está conseguindo conquistar os eleitores. Uma pesquisa recente do instituto Opção Pesquisas aponta que o tucano tem apenas 5,5% das intenções de voto, ficando em um distante quinto lugar, atrás de nomes como Sandro Mabel (União Brasil), Adriana Accorsi (PT) e Vanderlan Cardoso (PSD).
O jornal Opção destaca ainda que a baixa popularidade do PSDB em Goiânia não se deve à falta de qualidades do candidato, mas sim à crise que o partido enfrenta, com a perda de força política na capital nos últimos anos. Além disso, a legenda caminha praticamente isolada na eleição, sem alianças relevantes e com apenas um representante na Câmara Municipal, Aava Santiago, que ainda tenta garantir sua reeleição.
Marconi Perillo, que por muitos anos liderou o cenário político em Goiás e no PSDB, agora se vê diante de um novo contexto político. A análise publicada pelo jornal sugere que o ex-governador ainda tenta resgatar a antiga polarização PT x PSDB, uma estratégia que foi eficaz nos anos 1990 e 2000, mas que perdeu relevância nos tempos atuais. Segundo o cientista político Guilherme Carvalho, Perillo "emula uma versão do bolsonarismo" ao atacar o PT nacional, o que acaba por isolá-lo ainda mais em um cenário já dominado por novas dinâmicas políticas.
