13/10/24
Em análise publicada nesta semana, o site Goiás246 criticou a postura do Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições para a Prefeitura de Goiânia. Segundo o portal, o partido, que apoiou Adriana Accorsi no primeiro turno, estaria se comportando de maneira omissa no segundo turno, deixando de se posicionar em um momento importante para o futuro da capital. A publicação compara a atitude do PT à figura de Pôncio Pilatos, que "lavou as mãos" e se isentou de responsabilidade ao julgar Jesus Cristo, segundo a narrativa cristã.
"O PT de Adriana Accorsi, em Goiânia, fez como Pôncio Pilatos e lavou suas mãos sobre o futuro do goianiense", afirmou o site, destacando a "limitada capacidade de diálogo democrático" da sigla. A análise sugere que, para os petistas, essa postura pode ser interpretada como equilibrada e justa, mas para a população da capital, que vivenciou a gestão de Rogério Cruz nos últimos quatro anos, tal comportamento pode ser visto como cruel e negligente.
Enquanto o PT se afasta das discussões políticas do segundo turno, o site destaca que a direita, por outro lado, está em plena disputa pela liderança do campo conservador. A análise menciona o pastor Silas Malafaia, figura de destaque entre os evangélicos, que recentemente criticou Jair Bolsonaro, chamando-o de "covarde" e "omisso" em uma entrevista à Folha de S.Paulo. As críticas de Malafaia evidenciam as divisões no campo conservador, especialmente com o crescimento de figuras como Pablo Marçal, que mobilizou parte significativa do eleitorado bolsonarista no primeiro turno.
Em Goiás, o cenário não é muito diferente. O site aponta que a disputa pelo eleitorado conservador se intensifica nas três maiores cidades do estado — Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis — com candidatos tentando atrair o crescente público evangélico. Conforme dados do Datafolha e estudos da Universidade de São Paulo, o número de templos evangélicos no Brasil cresceu mais de 500% nos últimos 30 anos, transformando muitos deles em palanques políticos.
A publicação ainda ressalta o histórico de Malafaia, que já esteve próximo do ex-presidente Lula em 2002, quando apoiou sua candidatura à presidência. O afastamento do pastor do PT, segundo a análise da socióloga Christina Vital da Cunha, ocorreu mais por questões de interesse pessoal e alianças políticas do que por divergências ideológicas.
O texto conclui que, enquanto o PT goianiense se omite e alega estar em processo de reconstrução, a direita avança de forma organizada.