21/10/24
A vereadora Aava Santiago (PSDB), reeleita com mais de 10 mil votos e a mais votada da história de Goiânia, criticou duramente o uso da "pauta da família" pela direita e extrema-direita, classificando-a como uma estratégia política para a manutenção de privilégios. Em entrevista ao jornalista Altair Tavares, do Diário de Goiás, a parlamentar tucana apontou que essa defesa da família é utilizada como um bordão, desviado de seu verdadeiro propósito, e usado para sustentar interesses que vão contra a conquista de direitos.
Aava, que tem formação em Ciências Sociais, argumenta que esse discurso não é novo e já foi empregado em diferentes momentos da história para barrar avanços sociais. Ela destacou que, desde o século XIX, a defesa da família foi usada para justificar a repressão, citando como exemplo a resistência ao voto feminino na Constituinte de 1860. “Naquela época, a sociedade conservadora clamava que o direito ao voto feminino seria o fim das famílias brasileiras”, relembrou.
A vereadora também criticou a incoerência de usar a pauta familiar para justificar a exclusão de membros de uma família por sua orientação sexual, apontando que essa postura não preserva, mas destrói famílias. Aava afirma que esse tipo de retórica é mobilizado para enfrentar agendas de ampliação de direitos, e não para defender genuinamente a estrutura familiar.
Com um estilo "analítico e sincero", Aava não tem medo de enfrentar polêmicas, inclusive dentro do meio religioso ao qual pertence em Goiânia. Suas posições sobre temas sociais geram repercussão além de Goiás, mas a vereadora permanece firme em suas convicções. “A defesa da família, como tem sido propagada, é acionada sempre que se busca manter certos privilégios. É um discurso que historicamente se repete para impedir avanços nos direitos civis”, concluiu.
