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Folha e jornais nacionais repercutem escândalo envolvendo Fred Rodrigues

24/10/24

O candidato Fred Rodrigues (PL), que concorre à Prefeitura de Goiânia e se envolveu em um escândalo com repercussão nacional após inconsistências em sua declaração de formação acadêmica. Jornais de grande circulação, como Folha de S. Paulo, O Globo, Carta Capital, Valor Econômico e Brasil 247, trouxeram a público detalhes sobre o caso após a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) declarar que ele não completou o curso de Direito, como afirmado por ele. Segundo a universidade, Fred não cumpriu 200 horas de atividades complementares obrigatórias, requisito para a conclusão da graduação.

Recentemente, Fred compartilhou nas redes sociais trechos de seu histórico acadêmico, mostrando que havia completado diversas disciplinas do curso de Direito na PUC. Em sua publicação, ele rebateu as críticas, dizendo: “Adversário desesperado. Concluí o curso de direito na PUC. Tá aqui. Mas preferi atuar na área digital. Não quis seguir carreira de advogado nem atuar no direito".

A declaração oficial da PUC-GO veio à tona por meio de uma ação judicial movida pela coligação de seu oponente, Sandro Mabel (União Brasil). No documento, a universidade confirmou que Fred iniciou os estudos no segundo semestre de 2004, mas não cumpriu todas as exigências curriculares, incluindo as horas complementares. A PUC informou que o cadastro de Fred foi desativado em 2013 e que ele “não colou grau em direito nesta universidade”.

Em resposta à reportagem da Folha de S. Paulo, Fred Rodrigues afirmou que a confusão sobre sua formação foi um erro cometido por sua equipe jurídica, que já estava encarregada de corrigir a informação junto à Justiça Eleitoral. O candidato declarou nunca ter ocultado o fato de não ser bacharel em Direito e alegou que essa informação estava disponível em seu perfil na Assembleia Legislativa de Goiás, onde atuou como deputado estadual.

"Eu sempre me posicionei falando a respeito disso e mostrando que eu realmente não sou bacharel em direito e também não sou advogado. (...) O que fiz foi concluir todas as matérias do curso, inclusive a monografia, que é o trabalho de conclusão do curso. O que faltaram foram as horas complementares. Eu até angariei as horas, só que elas expiram. Como não ia atuar na área, não fiz o processo de colação de grau, que é justamente juntar essas horas", explicou Fred.

No entanto, durante um debate televisivo realizado na TV Record no dia 19 de outubro, Fred Rodrigues afirmou, de forma categórica, “sim, sou formado”, ao ser questionado sobre sua formação acadêmica. A declaração gerou polêmica, uma vez que o artigo 350 do Código Eleitoral (Lei 4.737/1965) considera crime eleitoral inserir informações falsas ou diferentes do que deveria ser declarado, com pena de até cinco anos de prisão por falsidade ideológica.

A disputa entre Fred Rodrigues e Sandro Mabel pelo segundo turno das eleições municipais é marcada pelo embate entre seus principais apoiadores: o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está ao lado de Fred, e o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que apoia Mabel. Segundo pesquisa da Quaest divulgada no dia 17 de outubro, Mabel liderava com 46% das intenções de voto, contra 39% de Fred, dentro da margem de erro de três pontos percentuais.

Fred tem um histórico político controverso. Em 2020, tentou sem sucesso se eleger vereador. Dois anos depois, conseguiu uma cadeira como deputado estadual, mas perdeu o mandato em 2023 devido a irregularidades na prestação de contas da campanha anterior. Desde então, ele assumiu o cargo de diretor de Promoção de Mídias Sociais da Assembleia Legislativa de Goiás, com um salário mensal de R$ 21 mil, mesmo sem cumprir a exigência de formação superior prevista para o cargo.


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