Goiânia, 26/12/2024
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Fracasso eleitoral e críticas abalam liderança de Wilder Morais no PL de Goiás

06/11/24

A avaliação de analistas políticos em Goiás aponta para um revés na liderança do senador Wilder Morais nas eleições municipais. Como presidente estadual do Partido Liberal (PL), Wilder é criticado pelo desempenho insatisfatório do PL nas urnas, especialmente nos principais colégios eleitorais do estado, Goiânia e Aparecida de Goiânia. A sigla elegeu apenas 26 prefeitos em Goiás, um número visto como modesto diante da pretensão do senador de consolidar o partido para uma futura candidatura ao governo estadual em 2026.

Sob a influência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que detém o controle sobre coligações e candidaturas no país, Wilder Morais apoiou Fred Rodrigues para a prefeitura de Goiânia. Ex-deputado cassado e com pouca experiência administrativa, Fred foi visto como uma escolha ideológica que, sem preparo adequado, não atraiu a confiança do eleitorado da capital. Segundo analistas, esse apoio fragiliza a imagem do PL ao não apresentar um nome tecnicamente qualificado para a administração da cidade.

Em Aparecida de Goiânia, o apoio do senador ao deputado federal Professor Alcides também foi malsucedido, com uma derrota contundente para o governista Leandro Vilela (MDB). Esse cenário acentua as críticas sobre a condução de Wilder, que precisará reavaliar sua estratégia e composição de candidatos para fortalecer a sigla.

O prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), apoiado pelo governador Ronaldo Caiado (UB), criticou o comportamento de Jair Bolsonaro durante a campanha na capital, ao destacar que a postura extremista do ex-presidente, que ignorou as lideranças locais, enfraqueceu o diálogo com o eleitorado. A crítica de Mabel estende-se ao próprio Wilder Morais, visto como conivente com a imposição de candidatos desconectados das demandas locais, o que também poderia prejudicar o futuro político do senador.

Em uma declaração recente, o governador Ronaldo Caiado ressaltou que não se constrói uma coligação sólida sem indicar candidatos experientes para os cargos em disputa. Caiado afirmou que a atitude de Bolsonaro e Wilder, ao apoiar um nome sem preparo adequado para a prefeitura de Goiânia, gerou desconforto e decepção nas alianças locais, colocando em dúvida o compromisso do PL com a competência administrativa.

O senador Vanderlan Cardoso (PSD), que ficou em quinto lugar na disputa pela prefeitura de Goiânia, foi ainda mais direto em suas críticas a Wilder Morais, acusando o líder do PL de Goiás de apoiar ataques de correligionários contra ele, orquestrados pelo deputado Gustavo Gayer. Vanderlan classificou Wilder como “ingrato” e afirmou que a omissão do colega durante os ataques evidencia uma “postura duvidosa”, incompatível com as responsabilidades de um governador. “A postura do senhor Wilder Morais mostra ao eleitor goiano que ele não tem o caráter necessário para governar o estado”, disparou Vanderlan.


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