09/11/24
A Polícia Federal (PF) indiciou o empresário e ex-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal, nesta sexta-feira, 8, por uso de documento falso. Marçal, que é natural de Goiás, é acusado de publicar um laudo médico fraudulento contra seu adversário, Guilherme Boulos (PSOL), na véspera do primeiro turno das eleições, no dia 4 de outubro, associando-o indevidamente ao uso de drogas. O caso foi encaminhado ao Ministério Público Eleitoral, que avaliará se oferecerá denúncia formal contra ele.
Durante depoimento na Superintendência da PF de São Paulo, Marçal alegou que o documento foi divulgado por sua equipe sem sua participação direta. No entanto, a investigação da PF revelou que o laudo, que relatava um suposto surto psicótico de Boulos com “ideias homicidas” em janeiro de 2021, apresentava uma assinatura falsificada do médico José Roberto de Souza, que faleceu em 2022. A análise pericial indicou discrepâncias entre as assinaturas do documento e registros oficiais, sustentando a hipótese de falsificação.
A clínica mencionada no laudo, Mais Consulta, localizada na zona sul de São Paulo, também foi investigada. O sócio da empresa, Luiz Teixeira da Silva Junior, afirmou que o estabelecimento não possui qualquer relação com Marçal e que seu nome foi utilizado sem autorização. Além disso, José Roberto de Souza, cuja assinatura foi falsificada no laudo, era hematologista e nunca atuou em psiquiatria ou trabalhou na clínica citada. A família do médico, ao tomar conhecimento do caso, decidiu entrar com uma ação judicial contra Marçal, solicitando que ele seja declarado inelegível.
Em resposta às ações de Marçal, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) ordenou a remoção do conteúdo falso das redes sociais e determinou a suspensão temporária dos perfis de Marçal no Instagram. Além disso, o ministro Alexandre de Moraes solicitou que Marçal prestasse novos esclarecimentos após o ex-candidato continuar a publicar no X (antigo Twitter) durante o período de suspensão.
