19/11/24
O atentado terrorista em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), protagonizado por Francisco Wanderley Luiz, seguidor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), desencadeou uma crise tanto no governo quanto na ala bolsonarista. Luiz, que tentou invadir o STF e transformar seu suicídio em um ato político, é visto como um reflexo do radicalismo ainda presente na militância extrema.
A ação, classificada como um "balde de água fria" por analistas políticos, compromete ainda mais as chances de anistia para os golpistas de 8 de janeiro. Políticos bolsonaristas tentaram descolar Luiz do movimento, descrevendo-o como um “lunático” que agiu sozinho, mas a narrativa encontra resistência. A principal dúvida permanece: o catarinense era um “lobo solitário” ou parte de uma “alcateia de lobos”, conectada a planos mais amplos de desestabilização democrática?
A Polícia Federal (PF) investiga possíveis conexões de Luiz com outros atores políticos ou grupos organizados. O fato de ele ter sido candidato a vereador pelo PL e manter forte atuação nas redes sociais o coloca no mesmo perfil de radicais envolvidos nos atos antidemocráticos de 2023.
A ação reforça que o imaginário do 8 de janeiro ainda inspira parte da militância bolsonarista. Para o jornalista Pedro Moura, do Jornal Opção, o episódio demonstra que a tentativa de invasão aos Três Poderes em 2023 não foi um ponto final, mas sim uma referência contínua para grupos extremistas.
O atentado segue em apuração, mas analistas concordam que não se trata de um evento isolado. O contexto político e ideológico que levou ao ataque sinaliza a persistência de riscos à estabilidade democrática no Brasil.