21/11/24
O tenente-coronel do Exército Brasileiro Rodrigo Bezerra Azevedo, preso pela Polícia Federal (PF) em Goiás, abandonou um grupo de mensagens no aplicativo Signal após se sentir frustrado com a ausência de apoio das Forças Armadas para uma tentativa de golpe de Estado. A PF revelou que o militar usava o codinome "Zeza" no grupo intitulado “...Dossssss!!!”, onde se discutiam ações golpistas contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
De acordo com a investigação, Rodrigo saiu do grupo no dia 30 de dezembro de 2022, data em que o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou o Brasil rumo aos Estados Unidos. Em sua última mensagem, ele escreveu: "Rapaziada, esse grupo aqui para mim perdeu a finalidade… deixo aqui um abraço para FE de verdade, que fizeram o que podiam para honrar o próprio nome e as Forças Especiais… qualquer coisa, estou no privado!! Força!!"
A administração do grupo era liderada pelo coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. A PF também apurou que o grupo esteve envolvido em um encontro em Brasília, no dia 15 de dezembro de 2022, chamado “Copa 2022”. Segundo os investigadores, o evento foi uma “ação militar planejada detalhadamente”, de caráter clandestino e antidemocrático. Para se comunicarem durante o encontro, os envolvidos utilizavam codinomes de países, como “Alemanha”, “Argentina”, “Brasil”, “Áustria”, “Gana” e “Japão”.
Participantes presos na operação
A operação que resultou na prisão de Rodrigo Bezerra Azevedo também deteve outros nomes relevantes. Entre eles:
• Mario Fernandes: general de brigada da reserva e ex-assessor da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro.
• Hélio Ferreira Lima: tenente-coronel do Exército.
• Rafael Martins de Oliveira: tenente-coronel do Exército.
• Wladimir Matos Soares: policial federal.
Os detidos, incluindo Rodrigo, são identificados como integrantes do grupo conhecido como “kids pretos”.