26/11/24
A crise na saúde pública de Goiânia atinge um novo patamar de gravidade, com pacientes agonizando em filas intermináveis enquanto aguardam por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A gestão do prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) tem sido marcada por promessas não cumpridas e uma administração que, segundo especialistas e familiares de pacientes, não consegue lidar com as demandas mais urgentes.
Maria Querubina dos Santos, 88 anos, é um retrato dessa tragédia. Internada há mais de 15 dias na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Novo Mundo, a idosa espera por um leito de UTI para realizar um procedimento cirúrgico essencial. Enquanto isso, sua condição se agrava com infecção, dificuldades respiratórias e inchaço nos membros, fruto de uma lesão infeccionada que não recebeu o tratamento adequado. O caso foi revelado pelo Jornal O Popular.
A filha de Maria Querubina, Maria Gorete, relata a saga que a mãe enfrenta há meses. “Ela é acamada há dois anos por conta de um AVC e desenvolveu uma escara nas costas que só piorou. Depois de internações e idas e vindas ao hospital, estamos aqui, aguardando há semanas por um leito, enquanto ela sofre”, desabafa.
A idosa, que já enfrentou infecção generalizada e voltou a apresentar complicações graves, depende de um procedimento de raspagem da lesão. No entanto, o descaso administrativo força a família a lidar com incertezas e a promessa vaga de que "alguém entrará em contato".
A realidade de famílias como a de Maria Querubina mostra o colapso da gestão Rogério Cruz. Notícias de mortes de pacientes na fila de espera escancaram a falta de planejamento e priorização na saúde pública municipal.
Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que busca vaga para a idosa em parceria com o Complexo Regulador Estadual, alegando que o leito necessário só está disponível em unidades estaduais. Já a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) não forneceu informações sobre a posição da paciente na fila.
