Goiânia, 26/12/2024
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Colapso administrativo marca últimos dias da gestão Rogério Cruz em Goiânia, mostra O Popular

26/11/24

O fim da gestão do prefeito Rogério Cruz (SD) em Goiânia é marcado por críticas e um cenário de crise administrativa, com problemas graves na saúde, educação e finanças públicas. Enquanto o prefeito eleito Sandro Mabel (UB) já avança em articulações políticas e decisões estratégicas, Cruz se mantém em segundo plano, com uma agenda interna e poucas aparições públicas desde sua derrota nas urnas, onde obteve apenas 21 mil votos (3,14%).

Um dos episódios mais emblemáticos do colapso é a falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na capital, que resultou em quatro mortes nas últimas semanas, segundo relatos de familiares. Em uma tentativa de minimizar a crise, Mabel intermediou a reabertura de 20 leitos em um hospital conveniado que havia suspendido os serviços devido à falta de pagamento pela gestão atual. O prefeito eleito, que assume em janeiro de 2025, afirmou que tais articulações já impactam sua futura gestão, pois as dívidas renegociadas serão pagas por sua administração.

Na educação, Goiânia foi a única capital brasileira excluída do ciclo 2024-2025 do programa Escola em Tempo Integral, do Ministério da Educação (MEC), devido à falta de adesão no prazo estipulado. Mabel conseguiu reverter a situação e garantiu a entrada da capital no novo ciclo do programa, assegurando recursos federais e 442 novas vagas a partir de 2025.

Mesmo antes de assumir o cargo, Sandro Mabel tem demonstrado força política. Na Câmara Municipal, conseguiu a aprovação de mudanças no Refis 2024 e a suspensão da tramitação de projetos enviados por Cruz, como a reestruturação do Regime Próprio de Previdência Social dos servidores municipais.

Com apoio do governador Ronaldo Caiado (UB) e diálogo aberto com diferentes pastas, Mabel tem ampliado sua influência nas decisões administrativas da cidade. O clima de transição, entretanto, evidencia a falta de protagonismo de Cruz, que participou de poucas reuniões e delegou aos auxiliares o diálogo com a equipe do prefeito eleito.

A derrocada política de Cruz é refletida na sua baixa votação nas eleições e na percepção de abandono administrativo. Mesmo com a máquina pública em mãos, sua gestão enfrentou críticas severas e perdeu espaço em áreas estratégicas. Enquanto Sandro Mabel se prepara para assumir a Prefeitura com a promessa de mudanças e uma postura mais ativa, Rogério Cruz encerra o mandato sob a sombra de uma gestão marcada por crises e falta de protagonismo.


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