28/11/24
Uma organização criminosa especializada na compra e venda ilegal de produtos eletrônicos vindos do Paraguai foi alvo da Operação Hidden Circuit, deflagrada nesta quinta-feira (28) pela Polícia Federal (PF) em parceria com a Receita Federal. Entre os investigados estão influenciadores digitais que promoviam cursos para ensinar a driblar a fiscalização e importavam produtos sem pagar impostos. Parte dos 76 mandados de busca e apreensão foi cumprida no Camelódromo de Campinas, em Goiânia, onde celulares e carros foram apreendidos. Uma pessoa foi presa em flagrante.
A investigação revelou que o grupo atuava em Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Amazonas, movimentando milhões de reais por meio de importações clandestinas e transações com criptomoedas. O esquema causava um prejuízo estimado em R$ 80 milhões anuais aos cofres públicos. Influenciadores digitais investigados ostentavam uma vida de luxo nas redes sociais, exibindo viagens internacionais e carros de alto padrão, enquanto orientavam seguidores sobre práticas ilegais de importação e ocultação de mercadorias.
As apurações tiveram início na Operação Mobile, em abril deste ano, com a prisão em flagrante de transportadores de mercadorias ilegais. Desde então, a polícia identificou uma rede bem estruturada, com divisão de tarefas entre seus membros e empresas de fachada para movimentar grandes quantias de dinheiro. Além do contrabando de produtos, o grupo utilizava criptomoedas para lavar os lucros obtidos com as atividades ilícitas.
Com cerca de 300 agentes da PF e 133 servidores da Receita envolvidos na ação, o objetivo da operação é desmantelar a estrutura financeira e logística do grupo, responsabilizar os envolvidos e reforçar o combate à evasão fiscal. Os investigados podem responder por crimes como descaminho, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Até o momento, os nomes das lojas e suspeitos não foram divulgados, e a defesa dos investigados não foi localizada para comentar.
