30/11/24
O fim de 2024 chega com um clima de apreensão para os servidores da Prefeitura de Goiânia. Após receberem a folha de pagamento de novembro, nesta sexta-feira, 29, uma nova preocupação surge: a possibilidade de não haver recursos para o pagamento dos salários de dezembro, mês que carrega grande simbolismo devido às festividades de fim de ano.
O temor dos servidores reflete a turbulenta reta final da gestão do prefeito Rogério Cruz (Solidariedade). Após perder a tentativa de reeleição, ao ficar em penúltimo lugar com apenas 21 mil votos, Cruz acumulou críticas por sua condução administrativa, mergulhada em escândalos e marcada por medidas consideradas equivocadas. Sua gestão também é acusada de pouca transparência com a equipe de transição do prefeito eleito Sandro Mabel (União Brasil), que assumirá o cargo em janeiro.
Apesar do cenário preocupante, o secretário de Finanças, Cleyton Menezes, tentou minimizar a situação em entrevista à CBN Goiânia nesta semana, ao dizer que há recursos para honrar os salários de dezembro. Entretanto, declarações anteriores de Sandro Mabel levantaram dúvidas sobre a situação financeira da prefeitura, reforçando os receios de um possível calote.
A administração de Rogério Cruz encerrou 2023 com um déficit de R$ 111 milhões, que saltou para R$ 349 milhões no segundo quadrimestre de 2024. A previsão da equipe de Mabel é que o déficit de 2024 ultrapasse R$ 800 milhões. Em outubro, Cruz chegou a publicar um decreto com medidas de ajuste para conter despesas e tentar reduzir o rombo fiscal.
Menezes afirmou que reuniões com os órgãos da administração já foram realizadas e um relatório está em fase de conclusão. Ele também mencionou tentativas para incrementar receitas e cortar despesas, mas defendeu que apenas o encerramento do ano contábil poderá confirmar o real impacto financeiro da gestão.
A incerteza dos servidores da capital e sumiço do prefeito Rogério Cruz, no entanto, permanecem no ar.
