03/12/24
A saúde pública de Goiânia enfrenta uma grave crise, com unidades de urgência e emergência da capital lidando com a falta de medicamentos essenciais e insumos básicos, como gaze, soro e luvas. Um relatório do Ministério Público de Goiás (MPGO) e do Conselho Municipal de Saúde revelou que a escassez de materiais compromete atendimentos básicos e força pacientes a adquirirem remédios por conta própria. A situação levou o MPGO a enviar um ofício ao prefeito Rogério Cruz e à nova secretária de Saúde, Cynara Mathias, exigindo medidas urgentes para evitar o agravamento dos casos e perdas de vidas.
Durante visitas a sete unidades de saúde, incluindo UPAs e Centros Integrados de Saúde (Ciams), foram identificados problemas como falta de antibióticos, drogas vasoativas e até materiais para curativos. Médicos relataram situações dramáticas, como a ausência de anestésicos e a necessidade de usar materiais próprios para garantir o mínimo de atendimento. Em algumas unidades, insumos como luvas e gazes estão em falta há meses, o que compromete a segurança de pacientes e profissionais.
Em resposta, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) iniciou aquisições emergenciais, com parte dos medicamentos sendo entregue nesta semana. No entanto, outras compras ainda estão em trâmite e só devem ser concluídas no início de 2024. A situação é agravada por limitações orçamentárias, enquanto profissionais de saúde relatam que o problema é recorrente e exige soluções estruturais para evitar que a crise se perpetue.
Para tentar controlar o cenário, gabinetes de crise foram instalados em 13 unidades da capital, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO). Esses espaços monitoram a ocupação de leitos, a disponibilidade de insumos e a escala de profissionais. Apesar de algum progresso, como a redução na fila por leitos de UTI, especialistas alertam que essas medidas precisam ser acompanhadas por uma gestão eficiente e um planejamento a longo prazo para estabilizar o sistema de saúde de Goiânia.
