11/01/24
O Centro Cultural Oscar Niemeyer, uma das obras mais emblemáticas das gestões do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) em Goiás, permaneceu por anos como um símbolo de inauguração prematura e falta de funcionalidade. Inaugurado em 2006, no penúltimo dia do segundo mandato de Perillo, o complexo, que engloba teatro, museu, biblioteca e um pátio de concreto, custou mais de R$ 60 milhões aos cofres públicos.
No entanto, mesmo após a pomposa inauguração, o Centro Cultural Oscar Niemeyer permaneceu fechado e inacabado, gerando críticas e questionamentos sobre sua concepção e localização. Especialistas apontaram falhas no projeto e destacaram a distância da área central de Goiânia e a dificuldade de acesso, especialmente para pedestres. O fato de estar próximo a uma rodovia seria um fator para limitar o acesso a carros e ônibus, excluindo muitos cidadãos do aproveitamento do espaço.
Á época, John Mivaldo, membro do Instituto dos Arquitetos do Brasil em Goiás (IAB-GO), criticou a falta de planejamento urbanístico, enfatizando que a obra não considerou devidamente sua integração ao ambiente circundante. Além disso, apontou a contradição entre a grandiosidade do monumento e a ausência de utilidade prática, como no caso de um dos prédios destinados a ser uma biblioteca que, por anos, não recebeu um único livro.
Marconi Perillo, ao defender a construção, destacou duas funções principais: servir como palco para grandes eventos e reconhecer o talento do arquiteto Oscar Niemeyer. Contudo, o monumento tornou-se um elefante branco que levou quase uma década para adquirir efetiva funcionalidade em Goiânia.
A controvérsia em torno do Centro Cultural Oscar Niemeyer também alimentou conflitos políticos, especialmente entre Marconi Perillo e o ex-governador Alcides Rodrigues. A inauguração se tornou um marco na inimizade entre os dois políticos, evidenciada pela pedra fundamental que ostenta ambos os nomes.
Quando Perillo dizia que resolveria a situação após retomar o governo, foi impedido pela promotora Marta Moriya Loyola. Uma perícia revelou que, anos após a inauguração, o espaço ainda não possuía licença ambiental e alvará do Corpo de Bombeiros. Somente após diversos entraves, o Centro Cultural Oscar Niemeyer finalmente ganhou funcionalidade, superando alguns percalços ao longo do tempo.
