16/12/24
O avanço alarmante da dengue em Goiânia, expõe a população a um risco iminente de colapso no sistema de saúde municipal, já fragilizado. Desde outubro, os casos da doença aumentam exponencialmente, intensificando o temor de superlotação nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da capital, caso o cenário não seja controlado.
De acordo com o painel de monitoramento da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), os registros de dengue saltaram de 828 na primeira semana de outubro para 1,6 mil em novembro, um crescimento acumulado de 93,2% em Goiás. Este ritmo preocupa as autoridades, pois 2024 já é o pior ano da série histórica, com 314,4 mil casos e 414 mortes confirmadas. Durante o pico da doença, em abril, os hospitais estaduais chegaram a operar com taxa de ocupação de UTIs próxima de 100%, evidenciando a vulnerabilidade do sistema.
Atualmente, a rede municipal de Saúde em Goiânia enfrenta desafios adicionais. Segundo o secretário estadual de Saúde, Rasível Santos, a perda de leitos privados contratados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) devido a inadimplência agrava ainda mais a situação. "Se a Saúde já está combalida sem uma epidemia, imagine com uma. Vamos enfrentar um colapso em Goiânia", alerta.
O futuro secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer, reconhece o problema e propõe medidas preventivas para evitar uma nova crise. "Planejamos antecipar as ações contra a dengue para outubro, antes do início das chuvas", explica. Ele afirma que o tema está sendo debatido pela equipe de transição do prefeito eleito, Sandro Mabel (UB), que pretende priorizar ações básicas e eficazes, como a ampliação de equipes e o combate aos focos do mosquito transmissor, Aedes aegypti.
Para mitigar os riscos imediatos, a SES-GO trabalha em parceria com a futura gestão municipal para ampliar a capacidade de atendimento. Medidas emergenciais, como a reativação de 20 leitos no Hospital Ruy Azeredo e 10 no Hospital das Clínicas (HC-UFG), têm sido fundamentais. A expectativa é de que novos leitos sejam ativados no início de 2025 para enfrentar o aumento sazonal de casos, que geralmente ocorre entre outubro e maio.