18/12/24
O diretório municipal do Partido Liberal (PL) de Goiânia emitiu na noite desta terça-feira, 17, uma nota de repúdio contra Major Vitor Hugo, vereador eleito e ex-deputado federal pelo partido. O documento critica o que chamou de "articulação unilateral" do parlamentar para aproximar a sigla ao projeto político do atual vice-governador e pré-candidato ao governo de Goiás, Daniel Vilela (MDB). A posição é contrária à diretriz do PL, que planeja lançar candidatura própria nas próximas eleições estaduais.
De acordo com a nota, "atitudes como essa não representam os propósitos partidários da sigla, mas sim interesses pessoais de um filiado que possui pretensões claras de viabilizar sua candidatura ao Senado sem o aval da agremiação". A publicação reforça que o partido "não autorizou o filiado a estabelecer diálogos com seus adversários em âmbito estadual" e reitera que o PL já definiu que terá candidato próprio ao governo em 2026.
A crise, segundo apuração, reflete um desgaste prolongado entre Vitor Hugo e o presidente municipal do PL, Gustavo Gayer, agravado após a derrota do partido nas eleições municipais em Goiânia. Durante a campanha, lideranças do PL em Goiás, incluindo Gayer e o senador Wilder Morais, apostaram na candidatura de Fred Rodrigues, ex-prefeiturável apoiado por Jair Bolsonaro. Após a derrota de Fred, os líderes do PL em Goiás teriam enfrentado críticas internas e um enfraquecimento perante o núcleo bolsonarista.
Rumores apontam que Vitor Hugo, vereador mais votado da capital e ex-líder de Bolsonaro na Câmara dos Deputados, teria demonstrado simpatia pelo projeto governista do atual grupo de Ronaldo Caiado e Daniel Vilela, gerando desconforto no partido. Nos bastidores, fala-se em uma articulação para expulsá-lo do PL, liderada por Gustavo Gayer e Wilder Morais. A crise expõe divisões no bolsonarismo em Goiás e sugere que, em 2026, o campo conservador poderá estar fragmentado em mais de uma frente política.
