18/12/24
O Hospital de Câncer Araújo Jorge anunciou nesta terça-feira (17) a suspensão dos atendimentos de primeira consulta oncológica regulados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia. A medida, válida até 1º de janeiro de 2025, ocorre devido à dívida acumulada de mais de R$ 55 milhões por parte da prefeitura, o que inviabiliza o funcionamento pleno da unidade especializada.
Em coletiva de imprensa, o presidente da Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG), Alexandre Meneghini, destacou que a decisão foi tomada como último recurso após anos de tentativas frustradas de negociação. “Buscamos todos os caminhos para evitar essa medida. Quero acreditar que, até o início do próximo ano, possamos retomar os atendimentos e até ampliá-los, mas isso depende de ações concretas das autoridades responsáveis”, afirmou.
Segundo a ACCG, desde 2021 a instituição tenta dialogar com a SMS de Goiânia, sem sucesso. A crise financeira gerada pelo débito compromete itens essenciais, como a aquisição de medicamentos, pagamento de fornecedores e a segunda parcela do 13º salário dos colaboradores. Meneghini reforçou a necessidade de intervenção imediata do poder público: “Conversamos com o secretário de saúde, mas nada foi resolvido. Tentamos diálogo com o prefeito e o governador. Acreditamos no compromisso do prefeito eleito, Sandro Mabel, de regularizar os pagamentos do SUS e amortizar os débitos acumulados pela gestão de Rogério Cruz”.
A direção do hospital também pontuou que medidas internas foram tomadas para priorizar o atendimento aos pacientes em tratamento. No entanto, sem a regularização dos repasses, a ACCG alerta para o risco de novos impactos nos serviços, que são referência no tratamento oncológico em Goiás e na região Centro-Oeste.
