19/12/24
O vereador eleito por Goiânia, Major Vitor Hugo (PL), respondeu nesta quarta-feira (18) à nota de repúdio publicada por seu próprio partido no dia anterior. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Vitor Hugo rebateu as acusações de que estaria articulando alianças políticas com o vice-governador Daniel Vilela (MDB) sem o aval da legenda. Ele também afirmou que não precisa “de autorização de ninguém” para promover reuniões entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e lideranças políticas em Goiás.
“No momento, Wilder Morais não é o candidato do PL para o governo em 2026. Nem se sabe se o partido terá candidato”, destacou Vitor Hugo, em referência ao presidente estadual da sigla e senador Wilder Morais.
Na nota publicada pelos diretórios estadual e municipal do PL, liderados por Wilder Morais e pelo deputado federal Gustavo Gayer, o partido acusou Vitor Hugo de buscar aproximação com Daniel Vilela visando interesses pessoais, como viabilizar uma candidatura ao Senado em 2026. O texto alegava que essas ações não representavam os propósitos do partido.
Em resposta, Vitor Hugo afirmou que as reuniões com Daniel Vilela e Jair Bolsonaro ocorreram com a anuência do próprio ex-presidente e que os encontros não tiveram como pauta candidaturas específicas. “Tratamos do futuro do Brasil, do futuro de Goiás. Não discutimos minha pré-candidatura ou a do Gustavo Gayer ao Senado. Ambas podem coexistir, uma não interfere na outra”, explicou.
Ele também enfatizou que os encontros contaram com a presença de Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, e do senador Rogério Marinho (PL-RN), reforçando o caráter estratégico das articulações.
Vitor Hugo defendeu a importância de pensar além de projetos individuais e destacou a necessidade de uma abordagem estratégica para fortalecer o PL em Goiás. “O PL teve um resultado interessante nas eleições de 2024, mas não foi excepcional. Elegemos 26 prefeituras, enquanto União Brasil, MDB e outros partidos aliados ao governador elegeram mais de 200. Isso exige que a gente amplie o diálogo e pense no futuro”, argumentou.
Ele reforçou que Jair Bolsonaro aprovou o encontro com Daniel Vilela e que a aproximação é crucial para os projetos políticos de 2026. “Não preciso de autorização de ninguém, exceto do próprio presidente Bolsonaro, para levar alguém para conversar com ele. E ele entendeu que essa conversa era importante”, concluiu.
A declaração do vereador eleito escancara as divisões internas do PL em Goiás, com lideranças divergindo sobre os rumos políticos da legenda e as estratégias para as próximas eleições. A movimentação de Vitor Hugo sinaliza sua intenção de ampliar o espaço da direita no estado, mesmo diante de resistências dentro do próprio partido.
