24/12/24
O ex-candidato à prefeitura de Goiânia Fred Rodrigues (PL) gerou controvérsia ao sair em defesa de Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro condenado pela Justiça por fazer gesto alusivo à supremacia branca durante uma sessão do Senado, em 2021. Em publicação no Twitter, Fred criticou a decisão judicial e classificou Martins como vítima de perseguição política.
"Filipe Martins mais uma vez é vítima da criatividade jurídica e policial. Depois de ficar 6 meses preso a mando de Moraes por uma viagem que não fez, agora é condenado por um ‘gesto racista’ que seus acusadores determinaram que é racista. A perseguição à direita é a única forma da esquerda continuar no poder", escreveu Fred Rodrigues.
A condenação de Filipe Martins foi proferida pelo juiz David Wilson de Abreu Pardo, da 12ª Vara Federal do Distrito Federal, que considerou o gesto feito durante uma sessão virtual do Senado como incitação ao preconceito racial. O gesto, conhecido como White Power, é associado a grupos racistas que defendem a supremacia branca.
O juiz destacou na sentença o impacto social do gesto: "A realização do gesto pelo réu, com o significado gravoso da supremacia branca, nas complexas circunstâncias sempre lembradas, dissemina ataque não verbal a pessoas e grupos sociais historicamente vulnerabilizados no Brasil, fortalecendo a narrativa de que eles não estão incluídos."
Martins foi condenado a dois anos e quatro meses de prisão, pena que foi convertida em prestação de serviços comunitários e pagamento de multas. Ele deverá cumprir 850 horas de serviço comunitário, pagar 14 parcelas de R$ 1 mil a uma instituição social e arcar com danos morais coletivos de R$ 30 mil.
Fred Rodrigues, entretanto, ignorou os fundamentos da decisão e adotou uma narrativa que relativiza atos de racismo. A postura do político, que já foi alvo de críticas por polêmicas anteriores, levanta questões sobre seu alinhamento com ideias extremistas e a banalização de atos racistas.
