27/12/24
Os últimos episódios envolvendo o Partido Liberal (PL) em Goiás e seu presidente estadual, o senador Wilder Morais, reforçam a percepção de sua incapacidade para liderar uma sigla que almeja protagonismo político. Wilder demonstrou falta de habilidade ao transformar disputas internas em um espetáculo público, como no caso do racha entre o deputado federal Gustavo Gayer e o vereador eleito por Goiânia, Major Vitor Hugo.
A emissão de uma nota de repúdio contra Major Vitor Hugo, o vereador mais votado da capital, expõe uma condução política míope e marcada por interesses pessoais. A tentativa de expulsar um aliado estratégico, com forte alinhamento ao bolsonarismo e significativa relevância política, enfraquece a sigla e evidencia a ausência de visão estratégica por parte de Wilder.
Esse comportamento não é inédito. Durante a eleição municipal de Goiânia, Wilder convenceu o ex-presidente Jair Bolsonaro a apoiar Fred Rodrigues como candidato do PL, sustentando a ilusão de uma vitória viável contra Sandro Mabel (União Brasil), apoiado pelo governador Ronaldo Caiado. O fiasco eleitoral não apenas desmoralizou o PL em Goiás como também expôs Wilder nacionalmente, minando sua credibilidade como líder partidário.
Agora, o mesmo padrão de erros se repete. Em vez de construir pontes, Wilder prefere ampliar divisões, como no confronto com Major Vitor Hugo, que buscou diálogo com o vice-governador Daniel Vilela. A insistência em evitar qualquer aproximação com adversários políticos – postura criticada abertamente por Vilela – reflete mais um desejo de autopreservação do que uma estratégia voltada ao fortalecimento do partido.
Enquanto líderes como Caiado e Vilela consolidam alianças e ampliam suas bases políticas, Wilder isola o PL em disputas internas que enfraquecem a sigla. Sua aposta em uma candidatura própria ao governo de Goiás em 2026 parece mais um projeto pessoal do que uma proposta realista.
