05/01/25
O anúncio da pré-candidatura do cantor Gusttavo Lima à Presidência da República, em 2026, causou impacto tanto no meio político quanto no cenário sertanejo. A declaração pública do artista, feita na última semana, despertou reações variadas: enquanto colegas do meio artístico demonstraram apoio, agentes políticos, especialmente da direita, foram surpreendidos — e alguns, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, não esconderam o desconforto.
Logo após o anúncio, amigos e colegas de Gusttavo Lima no universo musical, como Wesley Safadão, celebraram a novidade. Em uma postagem, Safadão compartilhou um print de uma videochamada com Lima, declarando: "Falando com meu presidente!! Feliz Ano Novo, BB." O entusiasmo reforça o respaldo que o cantor possui entre personalidades do segmento, já conhecido por sua ligação com a base conservadora.
Se, por um lado, o meio artístico se mostrou receptivo à ideia, o mesmo não pode ser dito sobre aliados de Bolsonaro. A relação de proximidade entre Gusttavo Lima e o ex-presidente é conhecida, com o cantor tendo apoiado a tentativa de reeleição de Bolsonaro em 2022. Porém, segundo informações divulgadas por uma revista nacional, Gusttavo teria ligado para o ex-presidente na véspera do anúncio, indicando que sua intenção inicial seria disputar uma vaga ao Senado.
A surpresa veio com a mudança de foco e, principalmente, com o distanciamento explícito de Lima em relação ao aval bolsonarista. Durante entrevista ao portal Metrópoles, ao ser questionado sobre Bolsonaro, Lima afirmou: "Chega dessa história de direita e de esquerda. Não é sobre isso, é sobre fazer um gesto para o país, no sentido de colocar o meu conhecimento em benefício de um projeto para unir a população."
Essa declaração incomodou aliados do ex-presidente, que interpretaram o movimento como uma tentativa de independência política. Um deles chegou a sugerir que a pré-candidatura de Lima seria articulada pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado.
Apesar de Gusttavo Lima ter colocado seu nome para a corrida presidencial, analistas apontam que a possibilidade de o cantor manter essa candidatura até o fim é remota. Embora o artista tenha um forte apelo popular e destaque em sua carreira como empresário, ele não possui experiência política ou a habilidade estratégica necessária para um cargo de tamanha complexidade.
O mais provável, segundo observadores, é que o movimento de Lima seja um indicativo de sua disposição em entrar para a política formal, possivelmente como candidato ao Senado por Goiás, onde já vinha sendo sondado por Ronaldo Caiado. Essa aproximação pode fortalecer o cantor como figura política regional, mesmo que sua pré-candidatura presidencial seja apenas um passo inicial em sua trajetória.
