12/01/25
Há um mês, o diretório municipal do Partido Liberal (PL) em Goiânia divulgou uma nota de repúdio contra o vereador Major Vitor Hugo, o mais votado da capital, por supostas articulações políticas que contrariaram a estratégia da sigla. Na publicação, o partido acusou Vitor Hugo de agir de forma unilateral ao buscar aproximação com o vice-governador Daniel Vilela, pré-candidato ao governo estadual, contrariando o projeto do PL de lançar um nome próprio para o pleito.
Entretanto, desde então, a nota não resultou em ações práticas contra o vereador, deixando a situação interna do partido marcada por tensões e inércia.
Segundo a nota emitida pelo PL, a conduta de Vitor Hugo não reflete os interesses do partido, mas sim “interesses pessoais” ligados a suas ambições políticas. A sigla alertou que não toleraria novos atos similares.
“Atitudes como essa não representam os propósitos partidários da sigla, mas sim interesses pessoais de um filiado que possui pretensões claras de viabilizar sua candidatura ao Senado sem o aval da agremiação”, afirmou o partido nas redes sociais.
Além disso, a legenda declarou não ter autorizado Vitor Hugo a dialogar com adversários políticos em nível estadual, reforçando o compromisso de lançar um candidato próprio ao governo de Goiás.
A crise no PL de Goiânia não é recente e expõe um atrito entre o presidente municipal da sigla, Gustavo Gayer, e Major Vitor Hugo. Fontes afirmam que há articulações internas para expulsar o vereador, o que ainda não se concretizou.
O embate também revela um histórico de desgaste político envolvendo o senador Wilder Morais, presidente estadual do PL. Após as eleições municipais, Wilder e Gayer teriam ficado “queimados” com Jair Bolsonaro, ao apresentarem ao ex-presidente uma visão distorcida sobre a campanha do então candidato à Prefeitura de Goiânia, Fred Rodrigues. Apesar do apoio expressivo de Bolsonaro, Fred foi derrotado, deixando a direção estadual do partido enfraquecida.
Enquanto isso, Vitor Hugo, conhecido por ser um dos mais leais defensores de Bolsonaro, permanece fortalecido como o vereador mais bem votado de Goiânia. Sua atuação como ex-líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados lhe confere destaque entre eleitores bolsonaristas, tornando-o uma peça central nas disputas internas do partido.
A falta de ações concretas contra Major Vitor Hugo evidencia a dificuldade do PL em lidar com suas divisões internas e organizar uma base coesa para as eleições de 2026. Observadores apontam que o bolsonarismo em Goiás pode se fragmentar ainda mais, com lideranças buscando caminhos fora do controle de Wilder Morais e Gustavo Gayer.
