12/01/25
As articulações para uma fusão entre o PSDB e o PSD, lideradas pelo deputado federal Aécio Neves (PSDB) e pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, avançam rapidamente e podem provocar uma reviravolta na política nacional e goiana. A união, que deve consolidar os dois partidos sob o nome PSD, pode ser oficializada já em março, segundo fontes próximas às negociações.
Em Goiás, a fusão traz implicações diretas para a liderança do partido. O ex-governador Marconi Perillo (PSDB), aliado de Aécio, seria o nome indicado para assumir o comando do PSD no estado. Isso, porém, poderia afastar o atual presidente da legenda em Goiás, o senador Vanderlan Cardoso, que não deve aceitar ser subordinado ao tucano.
“Se Marconi Perillo assumir a presidência do PSD, a tendência é que Vanderlan Cardoso deixe o partido. Ele não aceitará ser comandado pelo tucano e nem apoiará sua eventual candidatura ao governo em 2026”, revelou um deputado federal goiano ao jornal Opção.
Apesar de não possuir mandato, Marconi Perillo teria o respaldo de Aécio Neves e de Kassab para liderar o PSD goiano. No entanto, o partido, que já possui a maior bancada de senadores no Brasil, pode hesitar em perder um nome de peso como Vanderlan Cardoso.
Gilberto Kassab tem se mostrado um estrategista no cenário político. A fusão com o PSDB seria uma tentativa de incorporar o espólio político da legenda e fortalecer ainda mais o PSD, ampliando sua influência em todo o país.
“Kassab é um aglutinador. Ele quer expandir o PSD, absorvendo a força do PSDB e mirando em outros possíveis aliados, como o MDB”, afirmou um deputado federal que acompanha as negociações.
Além disso, Kassab já se movimenta pensando nas eleições de 2026. Ele planeja ser o vice na chapa de reeleição do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, mas, caso Tarcísio decida disputar a Presidência da República, o presidente do PSD pretende lançar sua candidatura ao governo paulista.
Enquanto a fusão segue em ritmo acelerado, muitas questões permanecem em aberto. Vanderlan Cardoso, que já mudou de partido diversas vezes, precisará decidir seu futuro político. Sua saída do PSD poderia reconfigurar alianças em Goiás e até mesmo afetar as articulações nacionais da legenda.
Por outro lado, Marconi Perillo, que tenta se reposicionar no cenário político goiano após derrotas eleitorais recentes, enxerga na fusão uma oportunidade.
