20/01/25
A gestão da saúde em Goiânia nos três primeiros anos da administração de Rogério Cruz (Solidariedade) foi reprovada pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS). O relatório anual de gestão (RAG) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de 2022 e 2023 foi rejeitado, enquanto o de 2021 recebeu aprovação apenas com ressalvas. Em todos os anos analisados, menos da metade das metas previstas foram cumpridas, evidenciando um desempenho abaixo do esperado na execução de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).
A reprovação foi formalizada em resoluções publicadas no Diário Oficial do Município (DOM) na última quinta-feira (16). Em 2022, apenas 43,31% das metas foram alcançadas, apesar de 84,8% do orçamento da pasta ter sido executado, o que equivale a R$ 1,36 milhão de um total de R$ 1,6 milhão. No ano seguinte, o desempenho caiu ainda mais: 41,1% das metas cumpridas, mesmo com um gasto 4% acima do previsto, totalizando R$ 1,79 milhão.
O cenário em 2021 também foi preocupante, com somente 45% das metas atingidas. Apesar disso, o CMS aprovou o relatório com ressalvas devido às condições excepcionais impostas pela pandemia de Covid-19. O orçamento da saúde naquele ano foi executado em 63,4% acima do planejado, atingindo R$ 1,69 milhão.
As resoluções do CMS recomendam o envio dos relatórios para auditorias do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) e para o Ministério Público de Goiás (MP-GO), com o objetivo de investigar possíveis irregularidades.
A saúde municipal foi liderada por Durval Pedroso até setembro de 2023, quando ele foi substituído por Wilson Pollara, que acabou exonerado e preso em novembro de 2024. O relatório de 2024 ainda será analisado, mas, segundo o CMS, a sequência de crises agravou problemas estruturais que impactam o atendimento na capital. O ex-secretário Durval Pedroso não foi localizado para comentar o caso.
