26/01/25
A matéria mais lida da semana no jornal O Popular gerou grande repercussão ao destacar uma aparente contradição no comportamento político do senador goiano Wilder Morais (PL). Conhecido por sua postura ferrenhamente anti-PT, Wilder, que preside o PL em Goiás, registrou um índice de 53% de alinhamento com o governo Lula (PT) nas votações realizadas em 2023 e 2024.
Os números foram levantados pelo Radar do Congresso, ferramenta do portal Congresso em Foco que monitora o desempenho dos parlamentares brasileiros. A análise considera as votações em que o parlamentar segue ou não a orientação do Palácio do Planalto. Qualquer voto alinhado ao governo aumenta o índice, enquanto escolhas contrárias, abstenções ou ausências reduzem o percentual.
A posição de Wilder Morais chamou atenção por ser superior à da maioria dos representantes goianos do Partido Liberal na Câmara dos Deputados. Entre os deputados federais do estado, Gustavo Gayer alcançou apenas 19%, enquanto Magda Mofatto e Professor Alcides ficaram empatados com 28%. Por outro lado, Daniel Agrobom ultrapassou o senador, registrando um índice de 56% de governismo.
A informação ganhou destaque por evidenciar um paradoxo na trajetória política de Wilder Morais. O senador construiu sua base eleitoral com um discurso alinhado ao bolsonarismo e à oposição ao PT, mas sua atuação no Congresso mostra um alinhamento significativo com o governo federal.
O dado contrasta ainda mais quando comparado à atuação de lideranças bolsonaristas no estado, como Gustavo Gayer, que mantém um índice de governismo bem abaixo do registrado por Wilder. A postura do senador já gera debates internos no PL goiano, partido que, em tese, deveria atuar como um dos principais bastiões da oposição ao governo Lula.
