01/02/25
O senador Wilder Morais (PL) não esconde sua ambição de concorrer ao governo de Goiás em 2026, mas, a cada movimento em direção à candidatura, parece enfrentar reações contrárias que o distanciam do Palácio das Esmeraldas. O parlamentar, que preside o PL no estado, tenta consolidar-se como o nome do partido para a disputa, ao lado de Gustavo Gayer, que seria o candidato ao Senado. No entanto, suas estratégias têm gerado atritos internos e desautorizações públicas de Jair Bolsonaro, figura máxima do partido.
Um dos episódios que evidenciaram a fragilidade de Wilder foi a reação ao encontro articulado pelo vereador Vitor Hugo entre Bolsonaro e o vice-governador Daniel Vilela, nome apoiado pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil) para a sucessão estadual. A cúpula do PL em Goiás reagiu com irritação, e Wilder divulgou uma “nota de repúdio” contra Vitor Hugo, acusando-o de confabular com o “inimigo”. A nota afirmava que o partido já tinha nome para o governo em 2026, o que, na prática, está longe de ser uma decisão consolidada.
A postura de Wilder, que age como se já fosse o candidato oficial do bolsonarismo, tem causado insatisfação em Bolsonaro. Em entrevista à Rádio Auri Verde, o ex-presidente enviou uma mensagem clara: “Wilder, não é quem você quer”. A declaração foi interpretada como um recado direto ao senador, que parece não perceber os sinais de desalinhamento com a cúpula nacional do partido.
Sob influência de Vitor Hugo, o PL em Goiás tem buscado se aproximar da centro-direita e da direita moderada, distanciando-se da ala mais radical. O vereador afirmou ao jornal Opção que essa é a diretriz do próprio Bolsonaro, já que, em 2026, “vencerá quem mais conseguir puxar gente do centro”. Essa estratégia, no entanto, colide com os interesses de Wilder, que tenta manter o partido sob seu controle.
Uma das manobras do senador foi retirar a vice-presidência do partido de Vitor Hugo e entregá-la a Fred Rodrigues, candidato derrotado à Prefeitura de Goiânia em 2022. O movimento, porém, irritou Bolsonaro, que, em nova entrevista à Rádio Bandeirantes, desautorizou Wilder mais uma vez: “Eu prefiro mais um senador do que um governador”. O ex-presidente ainda sinalizou a possibilidade de uma aliança entre PL e MDB em 2026, hipótese já levantada por Vitor Hugo.
