21/02/25
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu com ironia à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e afirmou não se preocupar com a possibilidade de ser preso. Durante discurso no 1º Seminário de Comunicação do PL, nesta quinta-feira (20), Bolsonaro minimizou as acusações. “O tempo todo… Vamos prender o Bolsonaro. Caguei para a prisão!”, declarou, sendo aplaudido por apoiadores que entoaram gritos de “Mito, mito, mito”.
A declaração ocorre dois dias após a PGR denunciá-lo ao Supremo Tribunal Federal (STF) por supostamente comandar um grupo que articulou um golpe de Estado para se manter no poder. A acusação envolve ex-ministros e assessores próximos, com base em depoimentos, documentos e trocas de mensagens que indicariam uma tentativa de ruptura institucional. Somadas, as penas máximas dos crimes atribuídos a Bolsonaro chegam a 43 anos de prisão.
Bolsonaro usou seu discurso para afirmar que seu governo foi alvo de perseguição e citou valores devolvidos por meio de delações premiadas e acordos de leniência. “A turma devolveu 5 bilhões em delação premiada. Empresários negociaram a devolução de 15 bilhões em acordo de leniência, sem problema”, disse o ex-presidente, sem citar nomes ou detalhes sobre os casos mencionados.
Entre os 33 denunciados pela PGR, além de Bolsonaro, estão seu ex-ministro da Defesa e candidato a vice em 2022, Walter Braga Netto, que está preso preventivamente, e os ex-ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Anderson Torres (Justiça). Também foram citados o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada. A denúncia ainda inclui 23 militares, sendo sete oficiais-generais, sem investigados da Aeronáutica.
