Investigação sobre desvios na saúde trava, e Marconi ganha tempo no STF

Acuado por investigações sobre desvios na saúde durante seus últimos mandatos à frente do Estado, Marconi Perillo ganhou um respiro na última sexta-feira (28/2). A Segunda Turma do STF seguiu o entendimento do ministro Gilmar Mendes e suspendeu a investigação contra o ex-governador no âmbito da Operação Panaceia. A decisão não o inocenta, mas determina que o caso seja julgado em instâncias superiores, com base em uma nova interpretação do foro privilegiado.

A Operação Panaceia, deflagrada em fevereiro de 2025, investiga desvios de recursos do SUS em Goiás entre 2012 e 2018. A Polícia Federal e a CGU cumpriram mandados de busca e apreensão, incluindo na casa de Perillo, e bloquearam R$ 28 milhões em bens dos investigados. O ex-governador classificou as ações como “constrangimento” e “abuso de autoridade”.

O STF adotou a tese de que ex-autoridades devem continuar sendo julgadas em tribunais superiores, mesmo após deixarem o cargo. O julgamento dessa nova interpretação segue em andamento, mas já há maioria entre os ministros a favor da mudança. Perillo, que já obteve decisões favoráveis no STF, também foi beneficiado em 2022, quando Gilmar Mendes suspendeu uma ação contra ele na Operação Cash Delivery.

Além de Perillo, a Operação Panaceia investiga 22 pessoas e empresas, incluindo seu advogado João Paulo Brzezinski da Cunha, suspeito de firmar contratos irregulares com organizações sociais. A PF aponta superfaturamento, pagamentos sem contrato válido e subexecução de serviços.

---