Goiânia, 09/03/2025
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Como a Polícia Federal chegou ao esquema de Gustavo Gayer de desvio de dinheiro público

06/03/25

A Polícia Federal (PF) identificou um esquema envolvendo o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) no uso indevido da cota parlamentar, verba destinada ao funcionamento do gabinete. A investigação apontou que recursos públicos foram utilizados para manter uma escola de inglês e uma loja de roupas ligadas ao parlamentar e sua família em Goiânia.

As apurações começaram após a identificação de despesas suspeitas na prestação de contas do deputado. Segundo a PF, Gayer usava parte da cota parlamentar para custear o aluguel de um espaço que, além de abrigar seu gabinete político, também sediava o Gustavo Gayer Language Institute e a Loja Desfazueli, registrada em nome de seu filho.

O relatório da investigação revelou que, desde fevereiro de 2023, valores entre R$ 6 mil e R$ 6,5 mil eram pagos mensalmente com verba pública para a manutenção desse local. A PF verificou que, no mesmo endereço, funcionavam tanto o gabinete do deputado quanto as atividades presenciais das empresas, com parte dos funcionários parlamentares exercendo funções nessas operações privadas.

Os investigadores também analisaram os gastos declarados pelo parlamentar. Em 2024, Gayer registrou R$ 326,4 mil em despesas com recursos da cota parlamentar. O cruzamento de dados indicou que parte desse montante era direcionado para bancar os negócios particulares, o que pode configurar uso indevido de dinheiro público.

Diante dos indícios, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou medidas contra o deputado, levando a PF a cumprir mandados de busca e apreensão no dia 25 de outubro do ano passado. O caso segue sob investigação, podendo resultar em responsabilização do parlamentar por improbidade administrativa e desvio de recursos públicos.

O parlamentar foi às redes sociais para criticar a operação. Ele ressaltou que a ação foi deflagrada dois dias antes do segundo turno da eleição municipal e que o objetivo seria prejudicar seu então candidato”em Goiânia, Fred Rodrigues (PL).

“Já estamos providenciando a habilitação nos autos, que poderá ser admitida somente por Alexandre de Moraes, sem prazo certo e determinado”, afirmou a assessoria do deputado. “Entendemos que ações deste tipo não podem ser deflagradas no ápice do processo eleitoral, posto que atos judiciários interferem diretamente na política local, o que coloca em xeque a seriedade das decisões.”


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