08/03/25
O senador Wilder Morais (PL) segue determinado a disputar o cargo de governador de Goiás em 2026, mesmo diante de um cenário adverso. Segundo relatos, o parlamentar afirmou a um empresário de Goiânia que sua candidatura é certa, independentemente das dificuldades. "Não tenho nada a perder", teria dito, ressaltando que, mesmo em caso de derrota, permanecerá no Senado por mais quatro anos.
No entanto, o maior obstáculo para Wilder Morais é a falta de apoio político dentro do próprio PL, especialmente entre os prefeitos do partido. Até o momento, apenas três gestores municipais manifestaram adesão à sua candidatura: Geneilton Assis (Jataí), Maycllyn Carreiro (Morrinhos) e Simone Ribeiro (Formosa). Mesmo assim, há sinais de que Carreiro e Ribeiro podem se aproximar do grupo político do vice-governador Daniel Vilela (MDB), que desponta como favorito na sucessão estadual.
Outros prefeitos do PL já indicaram que não seguirão Wilder Morais. O chefe do Executivo de Novo Gama, Carlinhos do Mangão, por exemplo, já se alinhou ao governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e deve apoiar Daniel Vilela. Há, inclusive, especulações de que ele poderia compor a chapa como candidato a vice-governador.
O mesmo ocorre com Jerônymo Siqueira (São Miguel do Araguaia), que tem fortalecido laços com o MDB e Vilela. Já o prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa, embora filiado ao PL, mantém uma relação antiga com Daniel Vilela e dificilmente estará no palanque de Wilder Morais em 2026.
Além da dificuldade de reunir prefeitos em torno de seu nome, Wilder enfrenta resistência dentro do próprio PL. O vereador de Goiânia Major Vitor Hugo, uma das principais lideranças do partido no estado, não demonstra entusiasmo pela candidatura do senador. Nos bastidores, há articulações para que o PL integre a base de Daniel Vilela e indique um nome para disputar o Senado, possivelmente ao lado da primeira-dama Gracinha Caiado (União Brasil).
Diante desse cenário, Wilder Morais corre o risco de ficar politicamente isolado. Caso insista na candidatura e termine sem apoio significativo, sua força para uma eventual reeleição ao Senado, em 2030, pode ser prejudicada. Empresário e dono de shoppings e construtoras, Wilder nunca teve um perfil de radical, mas sua tentativa de se aproximar do eleitorado bolsonarista pode resultar, no longo prazo, em uma posição fragilizada dentro do próprio grupo político.