Goiânia, 09/03/2025
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Caiado se movimenta e articula frente popular com Gusttavo Lima e Pablo Marçal

09/03/25

A eleição presidencial de 2026 ainda está distante, mas o tabuleiro político já se movimenta intensamente. Entre os postulantes, três forças se desenham: a esquerda, representada pelo presidente Lula da Silva (PT), a extrema direita bolsonarista e uma direita moderada, onde desponta o nome do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).  

Enquanto o bolsonarismo se mantém forte mesmo sem um estrategista habilidoso, apostando na popularidade de Jair Bolsonaro (PL), e Lula da Silva busca consolidar alianças com o centro político, Caiado articula uma alternativa. Sem esperar o aval do bolsonarismo, o governador goiano tem se movimentado para construir uma frente política de caráter popular, contando com o apoio de figuras como o cantor Gusttavo Lima e o empresário e ex-coach Pablo Marçal.  

O cenário na direita ainda é incerto. Inelegível, Jair Bolsonaro segue como principal líder do grupo, mas não poderá concorrer. Seus aliados diretos, como Michelle Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, são figuras com potencial eleitoral, mas enfrentam questionamentos sobre sua capacidade de governar. Já nomes como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, são considerados mais preparados administrativamente, mas ainda não possuem o mesmo apelo popular.  

Nesse contexto, Caiado se diferencia. Dono de um perfil independente, o governador de Goiás não se submete a diretrizes bolsonaristas e tem atuado como um articulador estratégico. Ao se aproximar de figuras populares, como Gusttavo Lima e Pablo Marçal, ele busca ampliar sua base e rivalizar diretamente com o bolsonarismo no apoio das massas.  

“O bolsonarismo é uma força eleitoral inegável, mas Caiado quer se consolidar como uma alternativa viável para a direita, sem ficar refém de Bolsonaro”, avalia um analista político.   

Enquanto a direita se organiza, o governo Lula da Silva também se movimenta. O petista sabe que, para se manter competitivo, precisa atrair parte do Centrão. Entretanto, nomes influentes como Ciro Nogueira (PP) e Arthur Lira (PP) ainda mantêm uma posição cautelosa, aguardando o desenrolar dos acontecimentos, especialmente a evolução da popularidade de Lula e os desdobramentos judiciais de Bolsonaro.  

Caso o ex-presidente seja preso ou perca força política, o Centrão pode buscar novas alianças. Neste cenário, Ronaldo Caiado se apresenta como um nome viável, capaz de atrair tanto o eleitorado conservador quanto figuras pragmáticas do Congresso.  

Uma das estratégias mais evidentes de Caiado é sua movimentação na Bahia, estado historicamente dominado pelo PT, mas com forte tradição política na direita, desde os tempos de Antônio Carlos Magalhães. O governador de Goiás pretende lançar sua candidatura ali, em um gesto simbólico que sinaliza sua intenção de rivalizar diretamente com Lula da Silva.  

Com isso, Caiado quer se posicionar não apenas como mais um nome da direita, mas como “o” nome para enfrentar o petista. Ele não pretende aguardar uma definição do bolsonarismo para se consolidar e, caso cresça nas pesquisas, pode acabar atraindo até mesmo o Centrão para sua órbita.  

Enquanto Lula tenta consolidar sua base e o bolsonarismo busca um nome viável, Caiado segue jogando. E, até o momento, joga muito bem.


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