14/03/25
A eleição para a coordenação da bancada goiana no Congresso Nacional gerou impasse após os senadores Jorge Kajuru (PSB) e Wilder Morais (PL) contestarem o resultado. Em ofícios enviados à Comissão Mista de Orçamento (CMO) nesta quinta-feira (13), os parlamentares afirmaram que não reconhecem a votação que elegeu o deputado federal José Nelto (UB) para o cargo. Com isso, a oficialização do resultado fica inviabilizada, já que a eleição não obteve o aval da maioria dos senadores.
As regras da CMO determinam que a ata da eleição precisa ser assinada pela maioria absoluta dos deputados e senadores da bancada estadual. No caso da disputa em Goiás, o documento teve apoio de 14 dos 17 deputados federais, mas apenas um dos três senadores – Vanderlan Cardoso (PSD). Kajuru e Wilder não assinaram a ata, o que impede a homologação de Nelto no cargo. A comissão confirmou que, até o momento, a bancada goiana segue sem um coordenador oficialmente reconhecido.
Kajuru criticou a condução do processo eleitoral, afirmando que os votos enviados à distância, incluindo o seu e os de Wilder, Lêda Borges (PSDB) e Marussa Boldrin (MDB), foram ignorados. “Repudio o resultado armado”, declarou o senador, que defendeu a realização de uma nova eleição com regras mais claras. Wilder também se manifestou contra os procedimentos adotados na votação e justificou sua recusa em assinar a ata alegando falta de apoio da maioria absoluta da bancada.
Se os votos enviados por ofício fossem considerados, a ex-coordenadora Flávia Morais (PDT) teria vencido por 11 votos a 7, revertendo o resultado oficial. Diante do impasse, Lêda Borges reforçou a necessidade de uma nova votação com critérios definidos previamente, como o prazo de inscrição dos candidatos e o formato do pleito. Até o momento, não há uma determinação sobre a realização de nova eleição ou a possibilidade de regularizar a escolha com a inclusão das assinaturas pendentes.
José Nelto, por sua vez, rejeita qualquer tentativa de anular o resultado. Ele alega que foi eleito democraticamente e que a articulação para invalidar a votação é uma tentativa de golpe por parte de Flávia Morais. “Eu fui eleito e não aceito golpe”, declarou. O deputado ainda afirmou que buscará dialogar com Kajuru e Wilder para garantir a oficialização de sua escolha. A ex-coordenadora Flávia Morais não se manifestou sobre o caso.
