18/03/25
O secretário municipal de Saúde de Goiânia, Luiz Gaspar Machado Pellizzer, apresentou nesta segunda-feira (17) o relatório de prestação de contas do terceiro quadrimestre de 2024 à Comissão de Saúde da Câmara Municipal. Questionado sobre o não pagamento de emendas parlamentares, Pellizzer afirmou que tanto recursos da gestão anterior quanto algumas emendas atuais “vão ser caso de polícia”, alegando que valores destinados ao setor não foram encontrados nos fundos municipais.
A vereadora Kátia Maria (PT) criticou a falta de transparência nos investimentos e afirmou que, apesar do gasto de R$ 5,6 bilhões em saúde, muitas metas da gestão anterior não foram cumpridas. Entre elas, citou a ausência da Mesa de Negociação, mecanismo que poderia melhorar a atenção à rede primária e aos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs). O secretário defendeu que os integrantes da mesa sejam tecnicamente qualificados e propôs a exigência de uma prova sobre legislação do SUS.
A prestação de contas ocorreu em meio a uma disputa entre Executivo e Legislativo, que busca mais espaço no Paço Municipal por meio da indicação de cargos e secretarias. O líder do governo na Câmara, Igor Franco (MDB), destacou a ampliação da estrutura hospitalar, incluindo a criação de 20 leitos de UTI exclusivos para a regulação municipal. Já o prefeito Sandro Mabel (UB) foi convocado para sua primeira prestação de contas ao Legislativo, marcada para 24 de março.
O relatório revelou que Goiânia destinou R$ 1,22 bilhão em recursos próprios para a saúde em 2024, equivalente a 21,63% da arrecadação municipal, acima do mínimo constitucional de 15%. Foram registrados mais de 24 mil atendimentos em mutirões, 77 mil internações e 96 mil ações de vigilância sanitária. No entanto, a taxa de mortalidade subiu de 9.614 óbitos em 2023 para 9.954 em 2024, sendo as principais causas doenças cardiovasculares, neoplasias e infecções respiratórias.
