23/03/25
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), exigindo sua condenação e o pagamento de R$ 30 mil por danos morais. A ação tem como base declarações feitas pelo parlamentar nas redes sociais, que os advogados da petista classificaram como "inaceitáveis" e caracterizadas como violência política de gênero.
O embate começou quando Gayer publicou uma mensagem no X (antigo Twitter) sugerindo que Gleisi estaria em um "trisal". Ele ainda questionou se o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara e companheiro da ministra, aceitaria que o presidente Lula a "oferecesse" ao senador Davi Alcolumbre (União-AP) "como um cafetão oferece uma garota de programa". A postagem foi apagada posteriormente.
Para a defesa da ministra, a atitude do deputado teve o objetivo de "constranger e humilhar" Gleisi, reforçando um cenário de violência contra mulheres na política. "Atitudes como essa — que são explícitas na tentativa de humilhar publicamente uma mulher — são inaceitáveis e precisam sofrer repreensão em um Brasil que luta para superar o entristecedor cenário de violência", afirmaram os advogados.
As declarações de Gayer vieram após uma fala de Lula, que também foi alvo de críticas. Durante um evento, o presidente afirmou ter colocado uma "mulher bonita" na articulação política para melhorar a relação com o Congresso. Apesar das reações negativas, Gleisi saiu em defesa do petista, alegando que "gestos são mais importantes que palavras".
Davi Alcolumbre, um dos mencionados na publicação de Gayer, também anunciou que irá processá-lo. Além de ações judiciais, o senador pretende apresentar uma representação contra o deputado no Conselho de Ética da Câmara. "Está na mão dos advogados para analisar o que é possível fazer", disse Alcolumbre. Ele também criticou o uso da imunidade parlamentar como justificativa para declarações ofensivas, afirmando que "liberdade de expressão não é para agredir as pessoas".
