25/04/25
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou piora em seu estado de saúde e permanece internado na UTI, sem previsão de alta, segundo boletim médico divulgado nesta quinta-feira (24). De acordo com a equipe médica, Bolsonaro segue em jejum oral e sendo alimentado por nutrição parenteral. Ele continua realizando fisioterapia motora e sendo submetido a medidas de prevenção contra trombose venosa. Por orientação médica, não está recebendo visitas.
A internação ocorre desde o último dia 11, quando Bolsonaro foi hospitalizado por complicações decorrentes da facada sofrida em 2018. No dia 13, ele passou por uma cirurgia abdominal, a sexta desde o atentado. Um aliado afirmou, sob condição de anonimato, que a piora não é alarmante, embora exija atenção. Segundo ele, houve variação na pressão arterial entre sexta (18) e sábado (19), e a sobrecarga no fígado seria uma reação comum em internações prolongadas devido à medicação.
Apesar do quadro clínico, Bolsonaro participou de compromissos virtuais nesta semana, como uma entrevista ao SBT Brasil e uma live com seus filhos Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro, além do ex-piloto Nelson Piquet. Na quarta-feira (23), ainda na UTI, ele foi pessoalmente intimado por uma oficial de Justiça, a mando do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A medida diz respeito ao início do processo penal que o acusa de tentativa de golpe de Estado em 2022.
Aliados de Bolsonaro associam a piora no estado de saúde à pressão causada pela intimação. O ex-ministro Gilson Machado classificou o tratamento do STF como "desumano", enquanto Carlos Bolsonaro e o deputado Osmar Terra sugeriram que o agravamento clínico coincide com o avanço do processo judicial. No entanto, os médicos que acompanham o ex-presidente não estabeleceram qualquer relação entre os dois episódios em seus comunicados oficiais.