27/04/25
A fusão nacional entre PSDB e Podemos, que visa fortalecer as duas legendas, pode ter efeito contrário em Goiás. As principais lideranças do Podemos no Estado — o deputado federal Glaustin da Fokus e o prefeito de Bela Vista de Goiás, Eurípedes José do Carmo — já avisaram que não caminharão ao lado do ex-governador Marconi Perillo (PSDB).
A posição dos dois é categórica. “Nem que a vaca tussa em russo — ou em aramaico ou fale em línguas”, afirmam aliados, Glaustin e Eurípedes não apoiarão uma eventual candidatura de Marconi ao governo de Goiás. Eles estão firmes no projeto de dar continuidade à gestão de Ronaldo Caiado (União Brasil), apoiando Daniel Vilela (MDB) como candidato ao Palácio das Esmeraldas.
O impasse se torna ainda mais delicado porque Glaustin e Eurípedes representam o grupo político mais influente da Assembleia de Deus em Goiás — Eurípedes é irmão do pastor Oídes José do Carmo, uma das maiores lideranças evangélicas do país. Em outras palavras, a fusão que, no papel, poderia fortalecer o novo partido no Estado, corre o risco de produzir o efeito inverso: esvaziar ainda mais a estrutura.
Caso a nova legenda ou federação seja comandada por Glaustin e Eurípedes, a candidatura de Marconi Perillo seria automaticamente inviabilizada. Em cenário extremo, Marconi poderia até ser constrangido a apoiar Daniel Vilela — algo considerado improvável por todos os lados.
Já se o controle do partido for entregue a Marconi, sem que ele tenha mandato ou grande força política atualmente, a tendência é que o grupo de Glaustin e Eurípedes abandone a nova sigla. Sem eles, o partido perderia o apoio da maior base evangélica de Goiás, tornando-se, como descrevem os bastidores políticos, um “partido morto” — e, se possível, ainda mais morto.