01/03/24
A eleição de Antônio Rueda como presidente nacional do União Brasil (UB) nesta quinta-feira, 29, traz consigo significativas implicações para o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Com o ex-prefeito de Salvador ACM Neto como primeiro vice-presidente e Caiado ocupando a quinta posição na direção do partido, a configuração atual consolida um cenário favorável para o chefe do Executivo goiano, o que assegura seu apoio dentro do UB para uma potencial candidatura presidencial em 2026.
Desde o ano passado, Caiado tem conduzido articulações visando sua candidatura à presidência da República. Com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, o governador surge como um nome natural da direita para concorrer ao Palácio do Planalto. Entretanto, o principal desafio residia no interior do seu próprio partido.
Apesar de deter três ministérios (Celso Sabino no Turismo; Waldez Góes no Desenvolvimento Regional e Juscelino Filho na Comunicação), o UB não se alinha rigidamente ao governo federal no Congresso, votando em sintonia quando necessário e mantendo neutralidade em questões cotidianas. Luciano Bivar, mesmo mantendo certa independência, aproximava-se cada vez mais de Lula, indicando uma possível falta de comprometimento com uma candidatura própria em 2026.
A ascensão de Rueda à presidência do UB proporciona a Caiado uma expansão de apoio interno, consolidando o suporte da legenda e possivelmente de outros partidos no bloco, além de desarticular possíveis alianças entre o UB e o PT para as eleições vindouras. Adicionalmente, o novo dirigente, ao se distanciar de Lula, promete uma atuação mais assertiva do UB no Congresso em relação ao governo federal.
Com 60 cadeiras na Câmara e quase 10 no Senado, o partido se posicionará com maior independência ou mesmo oposição ao governo de Lula. O discurso de Caiado após a vitória de Rueda reflete o direcionamento do UB, destacando: "O União Brasil agora vai mostrar ao país a representatividade que tem, e se posicionar para a eleição de 2024 e também de 2026", disse.
